Você vive no piloto automático? Descubra por que isso acontece e como mindfulness e pausas podem transformar sua vida. Leia agora!
Olá amigos do SHD: Seja Hoje Diferente, hoje para vocês eu quero falar sobre algo que tem mexido comigo ultimamente: você já parou para pensar na última vez que realmente sentiu o gosto do café pela manhã? Ou quando notou o perfume da chuva caindo na calçada? Confesso que, por muito tempo, eu não percebia essas coisas. Acordava, tomava café correndo, trabalhava até cair de cansaço e ia dormir só para repetir tudo no dia seguinte. Era como se eu estivesse existindo, mas não vivendo de verdade. E aí me perguntei: será que é só comigo ou isso é algo maior, que afeta a gente no dia a dia?
Eu comecei a reparar que essa sensação de estar no automático não é algo raro. Pelo contrário, parece ser o padrão para muita gente. A vida moderna nos engole com uma avalanche de informações – mensagens no celular, e-mails, notícias, prazos – e o ritmo das cidades grandes não dá trégua. Às vezes, sinto que estou correndo numa esteira que nunca para. Estudos da psicologia explicam isso de um jeito interessante: nosso cérebro entra no "piloto automático" como um mecanismo de defesa. Ele quer economizar energia, então automatiza tarefas simples como escovar os dentes ou dirigir no mesmo caminho de sempre. Até aí, tudo bem, mas o problema é quando isso toma conta de tudo, até das coisas que deveriam nos emocionar ou nos conectar com o mundo.
Por que caímos nesse ciclo? Eu acho que parte da resposta está na pressão por produtividade. Desde os anos 80 e 90, quando o mundo começou a glorificar o "fazer mais em menos tempo", fomos ensinados que parar é perder. Lembro de filmes como Wall Street (1987), com aquele clima de ambição sem limites, ou até das propagandas dos anos 2000 prometendo que a tecnologia nos faria "vencer o tempo". Só que, ironicamente, essa corrida nos desconectou. Outro dia, li que o cérebro humano processa cerca de 70 mil pensamentos por dia, e boa parte disso é só ruído – preocupações, listas de tarefas, distrações. Não sobra espaço para sentir o cheiro de um bolo saindo do forno ou ouvir o som das folhas balançando numa tarde de vento.
E o impacto disso na nossa vida? Cara, é pesado. Já reparou como às vezes você está conversando com alguém, mas não está realmente lá? Eu já me peguei olhando pro celular enquanto um amigo contava algo importante, e depois me senti um idiota por isso. Relacionamentos ficam rasos, porque a gente não se entrega de verdade. Fora que a saúde mental paga o preço: segundo a Organização Mundial da Saúde, os casos de ansiedade e depressão explodiram nos últimos anos, e não é à toa. Viver no automático é como assistir a um filme em preto e branco, sem som – a gente perde as cores, os detalhes, as pequenas alegrias. Uma curiosidade que me chamou atenção é que, em culturas antigas como a dos povos gregos, havia um valor imenso no "ócio criativo". Eles acreditavam que parar e refletir era essencial pra criar e viver bem. Será que a gente desaprendeu isso?
Então, como sair desse ciclo? Essa é uma pergunta que eu venho me fazendo há um tempo. Uma coisa que tem me ajudado é praticar a atenção plena, ou mindfulness, como dizem por aí. Não precisa ser nada complicado – às vezes, eu só paro uns cinco minutos, fecho os olhos e presto atenção na minha respiração. Parece bobo, mas é como se eu desligasse o piloto automático por um instante. Outro dia, experimentei fazer isso enquanto tomava café: senti o calor da caneca na mão, o gosto amargo na língua, e foi quase como redescobrir algo que eu fazia todo dia sem pensar. Será que você já tentou algo assim? Se não, te desafio a testar amanhã de manhã e me contar como foi.
Além disso, eu comecei a criar pausas conscientes no meu dia. Pode ser uma caminhada curta no parque, sem celular, só observando as árvores, ou até um momento pra olhar o céu e agradecer por algo simples. Também gosto de celebrar as pequenas coisas: um sorriso de um estranho na rua, uma música boa que toca no rádio, o cheiro de terra molhada depois da chuva. Isso me lembra que a vida não é só correr atrás de metas. E tem outra pergunta que eu gosto de me fazer: o que realmente importa pra mim hoje? Responder isso me ajuda a ajustar o foco e colocar energia no que faz sentido, em vez de me perder no automático.
Eu descobri uma curiosidade fascinante enquanto pesquisava sobre isso: você sabia que o Japão tem uma tradição chamada "banho de floresta", ou shinrin-yoku? É basicamente sair pra caminhar na natureza e se conectar com ela de propósito. Estudos científicos mostram que isso reduz o estresse e melhora o humor, porque nosso corpo responde ao verde das árvores e ao som dos pássaros. Acho isso incrível, porque mostra como a ciência tá começando a provar o que algumas culturas já sabiam há séculos. Aqui no Brasil, com tantas paisagens lindas, a gente podia adotar algo assim, né? Imagina o impacto de sair do automático e sentir a vida pulsando ao nosso redor.
Pensando no futuro, eu fico imaginando como a tecnologia pode nos ajudar nisso. Será que um dia teremos aplicativos que nos lembrem de parar e respirar, ou até realidade virtual que simule um "banho de floresta" pra quem mora em cidades de concreto? Nos anos 90, a gente sonhava com um futuro cheio de máquinas que fariam tudo por nós, mas hoje eu vejo que o verdadeiro avanço seria algo que nos reconectasse com o humano que a gente carrega dentro. E olha só que legal: na literatura, obras como Walden, de Henry Thoreau, já falavam disso no século XIX – ele largou tudo pra viver simples, perto da natureza, e escreveu sobre como isso o fez enxergar a vida de um jeito mais pleno.
Pra colocar isso em prática no seu dia a dia, aqui vai uma lista simples que eu sigo:
1) Escolha um momento do dia pra parar e observar algo ao seu redor por um minuto;
2) Experimente fazer uma tarefa comum, como comer ou caminhar, bem devagar, prestando atenção em cada detalhe;
3) Antes de dormir, anote uma coisa boa que aconteceu, por menor que seja;
4) Tire cinco minutos pra respirar fundo e esvaziar a mente. São passos pequenos, mas que aos poucos vão te tirando do automático e trazendo mais vida pro seu cotidiano.
Hoje, mais do que nunca, sinto que sair do automático é essencial. Não dá pra viver só existindo, esperando o próximo feriado ou o fim de semana pra "aproveitar". A vida acontece agora, nas coisas simples, nos detalhes que a gente deixa passar. Como já dizia Mário Quintana, “o segredo não é correr atrás das borboletas, é cuidar do jardim para que elas venham até você.” Então, eu te convido a cuidar do seu jardim interno – regar suas paixões, podar as distrações, e deixar espaço pra beleza brotar. É um caminho que exige esforço, mas que nos devolve algo precioso: a chance de viver de verdade, com presença e coração aberto.
Sucesso, saúde, proteção e paz!
Alessandro Turci
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