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Descubra a lenda do Boitatá, o fogo protetor das florestas, sua origem mítica e como ele reflete a cultura e a natureza brasileira.
Olá amigos do SHD: Seja Hoje Diferente, hoje para vocês quero compartilhar uma fascinante jornada rumo ao coração das matas brasileiras, onde o fogo não destrói, mas protege. Estou falando do Boitatá, uma figura lendária que atravessa gerações e carrega em si o misticismo e a sabedoria dos povos que habitaram nossas terras muito antes de nós. Desde pequeno, ouvia histórias sobre essa serpente de fogo que dançava entre as árvores, e confesso que sempre me intrigou imaginar como algo tão simples, como uma luz na escuridão, poderia carregar tanto significado. Vamos explorar juntos essa lenda, suas raízes, e o que ela ainda tem a nos ensinar nos dias de hoje.
Eu gosto de pensar no Boitatá como um guardião silencioso, uma chama viva que serpenteia pelas florestas, punindo quem ousa profaná-las. Segundo o folclore brasileiro, ele é descrito como uma cobra gigantesca, feita de fogo ou coberta de olhos brilhantes, que surge para proteger a natureza dos desmatadores e incendiários. Sua origem remonta às narrativas indígenas, especialmente dos povos Tupi-Guarani, que viam na figura do Boitatá um espírito vingador. Conta a lenda que ele nasceu após o dilúvio, quando uma cobra sobreviveu ao se alimentar dos olhos de animais mortos, ganhando o poder de brilhar intensamente. Esse brilho, para mim, é como um lembrete da força da natureza, que mesmo ferida, encontra formas de se reerguer e se defender.
Mas será que o Boitatá é apenas uma história para assustar crianças ou tem um significado mais profundo? Eu acredito que sim. Ele reflete o respeito ancestral pela floresta, um aviso de que a ganância humana tem limites. Quando penso nisso, lembro de como as queimadas ainda ameaçam nossas matas hoje, e me pergunto: será que o Boitatá não é uma metáfora para nossa própria consciência ambiental? Ele nos chama a refletir sobre o equilíbrio entre progresso e preservação, algo que os povos indígenas já entendiam há séculos. Respondendo à minha própria pergunta, vejo o Boitatá como um símbolo atemporal, que nos convida a proteger o que é essencial para a vida.
E por falar em origens, vocês já pararam para pensar de onde vem o nome “Boitatá”? Aqui vai uma curiosidade fascinante: a palavra vem do tupi “mbaé-tatá”, que significa “coisa de fogo”. É incrível como a língua indígena carrega essa poesia, transformando um fenômeno natural em algo mágico. Alguns estudiosos dizem que a lenda pode ter sido inspirada pelo fogo-fátuo, aquelas chamas misteriosas que surgem em pântanos por causa de gases liberados pela decomposição. A ciência explica, mas o imaginário popular deu vida a essa luz, criando um mito que atravessou continentes e séculos. Isso me faz pensar em como a cultura transforma o que vemos em algo maior, algo que nos conecta ao passado e ao futuro.
Quando eu era criança, nos anos 80 e 90, lembro de assistir a programas como o “Sítio do Picapau Amarelo”, onde o Boitatá aparecia como um personagem encantado. Era uma época em que o folclore brasileiro ganhava vida na TV, e eu ficava imaginando como seria encontrar essa serpente de fogo na mata perto da minha casa. Hoje, vejo que essas histórias não eram só entretenimento, mas uma forma de nos ensinar valores. O Boitatá, com seu brilho assustador, era um alerta contra a destruição, algo que ressoa ainda mais agora, em 2025, quando falamos tanto sobre sustentabilidade e mudanças climáticas. Ele é um eco do passado que nos guia para um futuro mais consciente.
Vamos imaginar por um instante uma cena: estou caminhando por uma floresta densa, o sol já se pôs, e de repente vejo uma luz serpenteante entre as árvores. Meu coração acelera, mas não sinto medo, só respeito. É o Boitatá, cumprindo seu papel de guardião. Essa imagem hipotética me faz pensar em como ele poderia inspirar ações práticas no nosso dia a dia. Que tal, por exemplo, reduzir o uso de descartáveis ou apoiar projetos de reflorestamento? São pequenos passos que honram o espírito desse mito. Como disse o escritor Guimarães Rosa: “A gente carece de entender que o mundo é muito grande e que a gente é muito pequeno.” O Boitatá, para mim, é um convite a essa humildade.
Outro ponto que me encanta é a conexão global dessa lenda. Sabiam que histórias de serpentes de fogo existem em outras culturas? Na Escócia, há o “Will-o’-the-wisp”, um espírito luminoso que guia viajantes para pântanos. No Japão, os “hitodama” são almas flamejantes que flutuam no ar. É como se o Boitatá brasileiro fizesse parte de uma teia mítica mundial, unindo povos através do fascínio pelo fogo e pela natureza. Isso me leva a sonhar com o futuro: e se o Boitatá inspirasse uma revolução ambiental global? Imagino tecnologias que imitam seu brilho para monitorar florestas ou campanhas que usam sua imagem para educar sobre preservação. O fogo protetor poderia iluminar um caminho novo.
Agora, olhando para o presente, vejo o Boitatá como um espelho da nossa relação com o meio ambiente. Em tempos de aquecimento global, ele nos lembra que a natureza não é apenas um recurso, mas uma força viva que merece respeito. Estudos recentes mostram que o Brasil perdeu 11% da Amazônia entre 1985 e 2020, um dado que me entristece, mas também me motiva. O mito do Boitatá pode ser um grito de alerta, mas também uma chama de esperança. Que tal começarmos hoje mesmo a fazer algo por nossas matas? Pode ser plantar uma árvore no quintal ou aprender mais sobre os povos indígenas que nos deram essa história. Cada gesto conta.
Para encerrar, eu penso que o Boitatá não é só uma lenda do passado, mas uma luz que ainda brilha para nos guiar. Ele me ensina que proteger o que importa — seja a natureza, nossas raízes ou o futuro — é um ato de coragem e amor. Que possamos carregar essa chama dentro de nós, iluminando escolhas que façam diferença. Sucesso, saúde, proteção e paz!
Alessandro Turci