Receita Federal e Ibama apreendem 96 kg de barbatanas de tubarão-azul no aeroporto de Fortaleza, protegendo espécies ameaçadas e combatendo comércio ilegal.
Segunda-feira (23), uma carga de 96 quilos de barbatanas de tubarão-azul foi interceptada no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. A operação, conduzida pela Receita Federal em parceria com o Ibama, revelou um esquema de tráfico de um produto altamente valorizado, principalmente em países asiáticos, onde é símbolo de ostentação e poder.
As barbatanas, avaliadas em cerca de R$ 1,5 milhão, são consideradas um alimento nobre em países como China, Hong Kong, Malásia e Vietnã, onde costumam ser utilizadas em sopas. Um prato com esse ingrediente em restaurantes de luxo pode custar até 500 dólares (aproximadamente R$ 2,7 mil), e o valor por quilo chega a impressionantes 3 mil dólares (R$ 16,5 mil). Mas afinal, o que está por trás dessa busca desenfreada por barbatanas de tubarão, e por que esse comércio é tão prejudicial?
O tráfico de barbatanas de tubarão: por que isso importa?
A captura de tubarões-azuis e outras espécies de tubarão para extração de barbatanas é uma prática ilegal em muitos países, incluindo o Brasil. Isso ocorre principalmente porque essas espécies estão ameaçadas de extinção, e a retirada das barbatanas contribui diretamente para o declínio da população de tubarões nos oceanos. De acordo com especialistas, a pesca predatória de tubarões causa um desequilíbrio grave nos ecossistemas marinhos.
As barbatanas de tubarão são consideradas uma iguaria de luxo na culinária asiática, com a famosa "sopa de barbatana de tubarão" sendo um dos pratos mais cobiçados. No entanto, o custo ambiental dessa prática é altíssimo. Estima-se que milhões de tubarões sejam mortos anualmente apenas para a extração das barbatanas, enquanto o restante do corpo do animal é descartado no mar, uma prática cruel conhecida como "finning".
Como o Brasil está enfrentando o problema?
O Brasil tem feito esforços para combater esse comércio ilegal. Apenas em 2024, a Receita Federal já apreendeu quase meia tonelada de barbatanas de tubarão no estado do Ceará. Boa parte desse material provém de espécies ameaçadas, como o tubarão-azul, cuja captura é proibida. A carga mais recente, proveniente de São Luís (MA), estava desidratada e pronta para consumo, camuflada em outras bagagens e cargas, com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Essa não foi a primeira apreensão no Ceará. Na semana anterior, foram confiscados 230 quilos do mesmo produto, que seria enviado à China. A prática de "esquentar" mercadorias em território brasileiro é uma tática comum entre traficantes, que tentam disfarçar a origem do insumo em estados onde a fiscalização pode ser mais frouxa, antes de despachá-los para o exterior.
Curiosidades sobre o valor das barbatanas
Você sabia que as barbatanas de tubarão-azul são um dos produtos mais caros no mercado de alimentos de luxo? O valor cobrado por prato em restaurantes na Ásia não é apenas uma questão de sabor, mas também de status. Ser visto consumindo uma sopa de barbatana de tubarão em uma grande celebração, como casamentos ou eventos corporativos, é considerado um sinal de riqueza e poder.
Infelizmente, esse prestígio tem um custo ambiental devastador. A taxa de captura excessiva dos tubarões está levando muitas espécies à beira da extinção, e a falta de fiscalização eficaz em algumas partes do mundo facilita a continuidade desse comércio ilegal.
Conclusão
O tráfico de barbatanas de tubarão é um problema global que afeta diretamente a biodiversidade dos nossos oceanos. Operações como essa, realizadas pela Receita Federal e pelo Ibama, são fundamentais para proteger nossas espécies marinhas e combater práticas ilegais que colocam em risco a saúde do ecossistema. Proteger a vida marinha é uma responsabilidade de todos nós.
E aí, ficou curioso para saber mais sobre o impacto das nossas escolhas no meio ambiente? Continue acompanhando o Seja Hoje Diferente para entender como podemos fazer a diferença. Afinal, cada ação conta!
Sucesso, saúde, proteção e paz!
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