Ilustração Reprodução Divulgação
Caros leitores do Seja Hoje Diferente, hoje gostaria de compartilhar com vocês algumas reflexões sobre um assunto que tem gerado bastante discussão recentemente: o veto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a um projeto de lei que propunha nomear uma estação de trem em Guarulhos em homenagem à banda Mamonas Assassinas. Como criador deste espaço, sinto-me motivado a trazer à tona esse debate e a refletir sobre o significado das nossas raízes culturais e históricas.
A proposta, apresentada em 2019 pelo deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor, visava renomear a estação Guarulhos-Cecap em homenagem à banda de rock cômico nascida na cidade, que teve uma ascensão meteórica ao sucesso em 1995, até falecer tragicamente em um acidente aéreo no ano seguinte. A ideia era não apenas celebrar o legado artístico e cultural dos Mamonas Assassinas, mas também homenagear a cidade que os viu nascer e florescer como artistas.
No entanto, o veto do governador Tarcísio de Freitas levanta questões importantes sobre o papel do poder público na preservação da memória e da identidade de uma comunidade. Ao justificar sua decisão, o governador argumentou que a nomeação de estações de trem deve levar em conta aspectos históricos, geográficos e de aceitação popular, e que a decisão cabe à empresa responsável pela gestão desses espaços.
Embora seja compreensível que a gestão de espaços públicos deva levar em consideração critérios técnicos e administrativos, é importante não perder de vista o valor simbólico e cultural que uma homenagem como essa poderia representar para a cidade de Guarulhos e para o Brasil como um todo. As Mamonas Assassinas não apenas marcaram a história da música brasileira com seu estilo único e irreverente, mas também deixaram um legado de alegria e irreverência que perdura até os dias de hoje.
Além disso, o veto do governador contrasta com outras iniciativas de homenagem a figuras importantes da nossa sociedade. Um exemplo disso é a autorização, por decreto, para que a estação Vila Sônia do metrô de São Paulo fosse nomeada em homenagem à professora Elisabeth Tenreiro, vítima de um ataque a uma escola próxima dali. Essa discrepância levanta questões sobre os critérios utilizados para decidir quais homenagens são válidas e quais não são, e reforça a importância de um debate aberto e transparente sobre esse assunto.
Como criador do Seja Hoje Diferente, acredito que é nosso dever valorizar e preservar a nossa história e cultura, celebrando aqueles que contribuíram para tornar o Brasil um país mais rico e diverso. Portanto, espero que o veto do governador seja reavaliado pelo plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo, e que a memória das Mamonas Assassinas seja devidamente celebrada e honrada, não apenas em Guarulhos, mas em todo o país.
Com esperança e determinação,
Alessandro Turci
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