A tomossíntese mamária, também conhecida como "mamografia 3D", está prestes a se tornar uma parte essencial da detecção precoce do câncer de mama nos planos de saúde. Essa tecnologia revolucionária está atualmente sob consideração final pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), graças a um estudo liderado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e respaldado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia.
Um Novo Olhar: A Tomossíntese Mamária
A tomossíntese mamária é uma evolução da mamografia convencional. Enquanto a mamografia tradicional utiliza radiografias bidimensionais estáticas, a tomossíntese utiliza tecnologia avançada para criar uma imagem tridimensional da mama. Essa técnica gera imagens com espessura de apenas um milímetro, semelhante ao processo de tomografia computadorizada.
Detecção Aprimorada: Vantagens da Tomossíntese
Uma das principais vantagens da tomossíntese mamária é a eliminação da sobreposição de imagens, o que melhora significativamente a detecção do câncer de mama, especialmente em mamas com densidade fibroglandular. Estudos demonstraram que a tomossíntese pode aumentar a taxa de detecção de tumores em até 40%.
Mudança de Paradigma: Cobertura Obrigatória nos Planos de Saúde
O estudo da SBM, iniciado em 2020 e apresentado em março de 2023 no Congresso Europeu de Radiologia, propõe a inclusão da tomossíntese mamária no rol de exames com cobertura obrigatória nos planos de saúde. Essa medida beneficiaria mulheres assintomáticas entre 40 e 69 anos com mamas de densidades fibroglandulares esparsas ou heterogeneamente densas, representando cerca de 70% da população feminina elegível para o rastreamento do câncer de mama.
Impacto Financeiro Positivo: Economia e Diagnóstico Precoce
Segundo o estudo da SBM, a inclusão da tomossíntese mamária nos planos de saúde resultaria em economia significativa, estimada em R$ 200 milhões ao longo de cinco anos na rede suplementar. Isso se deve à redução da necessidade de reconvocação de pacientes para exames adicionais e à diminuição das taxas de biópsias. Além disso, a tomossíntese aumenta a taxa de diagnóstico precoce, o que, por sua vez, reduz os custos e a agressividade dos tratamentos.
O Futuro da Detecção Precoce: Participação da Sociedade
A decisão final sobre a inclusão da tomossíntese mamária nos planos de saúde está nas mãos da ANS, mas a participação da sociedade, das entidades médicas e, principalmente, das pacientes é crucial nesse processo. Se aprovada pela ANS como um exame de cobertura obrigatória, a tomossíntese oferecerá um avanço significativo para as mulheres, proporcionando acesso às melhores práticas recomendadas por importantes entidades médicas internacionais, como o Colégio Americano de Cirurgiões de Mama (ASBS), o Colégio Americano de Radiologistas (ACR) e o Grupo de Trabalho Americano em Câncer (NCCN).
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