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Investimentos e parcerias visam reduzir a dependência externa e fortalecer a saúde pública no Brasil
Por Editorial do Portal de Conteúdo, Comunicação e Informação News SHD - Seja Hoje Diferente
Em meio a um cenário de desafios globais na área da saúde, o Brasil vem se deparando com a necessidade de reduzir sua dependência externa no setor. Recentemente, dados divulgados pelo Ministério da Saúde revelaram que o país gasta anualmente cerca de US$ 20 bilhões na aquisição de bens e produtos de saúde, tornando a saúde responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Essa dependência, principalmente na importação de insumos como o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), medicamentos e vacinas, ressalta a importância de um esforço conjunto para fortalecer a produção nacional e garantir a saúde pública de qualidade.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 90% do IFA utilizado na produção de insumos médicos no Brasil é importado. Em relação aos equipamentos médicos, a produção nacional atende apenas metade da demanda, e nos medicamentos prontos e vacinas, o percentual fica em torno de 60%. Essa dependência externa coloca o país em uma posição vulnerável, especialmente em momentos de crise, como a pandemia de COVID-19.
O médico infectologista Hemerson Luz ressalta que investir na fabricação local de produtos essenciais para a saúde, como vacinas, seria benéfico em várias frentes. Além de reduzir os custos com doenças preveníveis por meio da vacinação, a produção nacional permitiria o desenvolvimento de tecnologia própria e a contribuição com outros países em desenvolvimento que têm dificuldades de acesso a esses produtos. Economicamente, isso se traduziria em uma vantagem significativa para a saúde pública e no fortalecimento da posição internacional do Brasil.
O governo federal também está ciente da necessidade de agir nesse sentido. Até 2026, pretende investir R$ 42 bilhões na política industrial brasileira voltada para a área da saúde. A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, instituída pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa expandir a produção local de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir a dependência de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos estrangeiros. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, estabeleceu a meta de alcançar 70% de produção local no setor.
Essa estratégia vai muito além de uma simples medida econômica. Ela também busca combater a judicialização de medicamentos e tratamentos não disponíveis no país, que muitas vezes têm custos proibitivos. Ao fortalecer a produção local, o Brasil se tornará mais resiliente a choques externos e garantirá um acesso mais universal e acessível à saúde.
Debora Melecchi, conselheira nacional de Saúde e coordenadora da Comissão Intersetorial de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (Cictaf), enfatiza a importância do fomento aos laboratórios oficiais, que devem assumir a responsabilidade de fornecer medicamentos para toda a rede pública. Isso não apenas promoverá a autossuficiência nacional, mas também elevará o Brasil a uma nação mais independente e forte.
Além dos esforços governamentais, a parceria com a iniciativa privada desempenha um papel crucial nesse processo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reconhece a indústria da saúde como uma área de grande potencial. A universalização do acesso à saúde e o desenvolvimento competitivo da cadeia de produção e exportação de medicamentos, vacinas, testes e equipamentos são objetivos fundamentais. O setor privado tem a oportunidade de se unir ao governo na busca por soluções que beneficiem a população e a economia como um todo.
A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde é um passo importante em direção à autossuficiência na área da saúde. Com o envolvimento de diversos ministérios e instituições públicas, ela representa um esforço conjunto para tornar o Brasil mais independente e resiliente em relação aos desafios de saúde que o futuro possa trazer. É um caminho que não apenas fortalecerá a economia, mas também garantirá um sistema de saúde mais robusto e acessível para todos os brasileiros. É hora de investir na nossa saúde, investir no nosso futuro.
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