Explorando Ermelino Matarazzo: O Olhar de um Morador com 47 Anos de História

Reprodução Divulgação:Foto: Antonio Miotto/Prefeitura de São Paulo

Por Alessandro Turci, Criador do Portal Seja Hoje Diferente

Desde o momento em que vi o título "Ermelino Matarazzo: conheça mais sobre a quebrada da zona leste de SP" no "Visão do Corre", escrito por Isabella Wandermurem, meu coração se encheu de nostalgia e orgulho. Como morador do Bairro de Ermelino Matarazzo desde o dia em que nasci, há 47 anos, testemunhei em primeira mão a evolução desta região que carrega consigo uma história rica e única. Hoje, neste artigo, quero compartilhar minhas reflexões e comentários sobre esse pedaço especial da cidade de São Paulo.

O nome "Ermelino Matarazzo" é muito mais do que apenas uma designação geográfica; é um tributo a Ermelino Matarazzo, um dos filhos do Conde Francisco Matarazzo, cuja família deixou sua marca em forma de vastas extensões de terra. Cada vez que ouço esse nome, minha mente se volta para as raízes profundas que sustentam nossa comunidade.

A história de Ermelino Matarazzo, como nos conta Isabella, tem sua gênese no longínquo ano de 1926, quando a chegada da ferrovia e a instalação da estação ferroviária Comendador Ermelino Matarazzo deram início a uma jornada de evolução. Nesse período, a região cresceu em sintonia com o florescente cenário industrial de São Paulo. A urbanização tomou forma ao redor da estação, e bairros como o Jardim Berlim, agora Jardim Belém, foram concebidos a partir dessa transformação.

À medida que as décadas avançaram, uma mudança gradual tomou conta da paisagem. As indústrias, buscando conveniência junto às rodovias, iniciaram uma metamorfose que não passou despercebida. Terrenos acessíveis, embora carentes de infraestrutura, atraíram trabalhadores, muitos deles oriundos do nordeste brasileiro, dando à região um caráter residencial e vibrante.

O impacto das mudanças não cessou por aí. A construção da Rodovia dos Trabalhadores, agora conhecida como Rodovia Ayrton Senna, e a proximidade com o Aeroporto de Cumbica reviveram o interesse industrial na área. E, em meio a essa evolução, testemunhei Ermelino Matarazzo se transformar em um lugar onde histórias pessoais e o progresso coexistem de maneira única.

Morar em Ermelino Matarazzo é abraçar uma comunidade que valoriza suas áreas de lazer e entretenimento. O Centro Esportivo e de Lazer Ermelino Matarazzo, o Parque Linear Dario Costa e o Parque Ermelino Matarazzo oferecem opções para todos que buscam diversão ao ar livre e momentos de convívio familiar.

A conexão com outras partes da cidade é fundamental para qualquer bairro, e Ermelino Matarazzo não fica atrás. Servida pela Linha 12-Safira da CPTM, com estações como a USP Leste e a Comendador Ermelino, nossa comunidade se conecta à Linha 3-Vermelha do metrô, uma ligação vital com o centro de São Paulo. Ermelino Matarazzo também é vizinho de São Miguel Paulista, Itaim Paulista e Itaquera, solidificando sua posição como um ponto central de encontro.

Nossos tesouros são muitos. A presença da USP Leste, inaugurada em 2005 para ampliar o acesso ao ensino superior, é um ponto de orgulho. E o majestoso Parque Ecológico do Tietê, com sua vastidão de mais de 14 milhões de metros quadrados, não apenas oferece um refúgio natural, mas também educação ambiental e cultural por meio de instituições como o Museu do Tietê.

Não podemos esquecer do Hospital Municipal Ermelino Matarazzo, que oferece cuidados essenciais à nossa comunidade, uma parte vital do nosso bairro.

Hoje, ao refletir sobre as palavras de Isabella Wandermurem e compartilhar minhas próprias perspectivas, vejo Ermelino Matarazzo como um microcosmo da história de São Paulo, onde tradição e modernidade se misturam, e onde as histórias de famílias como a minha se entrelaçam com o curso do tempo. É um privilégio chamar esse lugar de lar, e mal posso esperar para ver como ele continuará a evoluir nas próximas décadas, deixando sua marca na cidade e nas pessoas que a habitam.