De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis e fundador do projeto Plástico Amigo, o material segue como a melhor opção para armazenar produtos orgânicos

De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis e fundador do projeto Plástico Amigo, o material segue como a melhor opção para armazenar produtos orgânicos

Alguns ambientalistas consideram o plástico descartável uma ameaça, devido à sua natureza não biodegradável. No entanto, há um aspecto em que esse material pode sim desempenhar um papel na mitigação de outro problema global preocupante: o desperdício de alimentos. 

Lidar com essas questões exige abordagens criativas e uma mudança de perspectiva. Em 1970, a Coca-Cola realizou uma investigação sobre o impacto ambiental das garrafas de vidro reutilizáveis e concluiu que as garrafas de plástico descartáveis poderiam ser mais vantajosas em diversos contextos. Como resultado, a empresa optou pelo uso do material no início dos anos 90. 

Esse exemplo mostra que abordar os desafios da sustentabilidade requer uma análise cuidadosa e soluções inovadoras, que são fundamentadas em pesquisas, embora a princípio pareçam contraditórias.

De acordo com Rica Mello, líder da Câmara de Descartáveis, fundador do projeto Plástico Amigo, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação, as embalagens plásticas ainda são a melhor solução. “Bons recipientes desempenham um papel importante na conservação dos alimentos antes e depois de chegarem às casas dos consumidores, protegendo-os de agentes externos e trazendo informações precisas sobre um armazenamento correto”, declara.

Para o especialista, se a redução do uso desse tipo de embalagem causa um maior desperdício de alimentos, é necessária uma abordagem sutil e sofisticada para mitigar esses dois problemas. “Na Austrália, por exemplo, estão sendo impulsionadas metas para o uso de embalagens recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até 2025. Essa abordagem abrangente não se limita apenas ao design e à fabricação das embalagens, mas também exige a preparação dos sistemas de gerenciamento de resíduos para lidar com essas mudanças. Sem uma infraestrutura adequada para o fim de vida das embalagens, todos os esforços podem ser perdidos”, relata.

Dados levantados pela ONU revelam que entre 20% e 30% dos alimentos produzidos são desperdiçados. Rica Mello aponta que essa perda enorme também afeta o meio ambiente. “Se o desperdício global de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa na Terra. Vale lembrar que a energia utilizada para cultivar os alimentos, os combustíveis e as emissões de gases de efeito estufa causadas pelo apodrecimento desses materiais orgânicos são os principais contribuintes para esta estatística impressionante. Essa avaliação revela que os impactos das mudanças climáticas causados pelo desperdício de alimentos podem ser muito maiores do que os das embalagens”, pontua.

O palestrante acredita que educar os consumidores pode ser o melhor caminho para um equilíbrio ambiental. “Com a educação, é possível estimular pessoas a adotarem práticas eficazes de reciclagem, reutilização e compostagem. Experiências anteriores demonstraram que existe a possibilidade de aprender e adotar novos programas de gerenciamento de resíduos, e estudiosos têm dedicado um tempo considerável para analisar quais estratégias são as mais eficazes nesse sentido”, revela.

Entender o papel que as embalagens desempenham na redução do desperdício de alimentos e como garantir que esse material seja recuperado em um sistema circular são abordagens que andam lado a lado. “Para que os consumidores se tornem agentes ativos de mudança, a solução mais adequada e acessível é, realmente, entender o plástico como um material renovável, explorando ao máximo as suas características positivas para evitar o desperdício de alimentos e reduzir o impacto ambiental”, finaliza o fundador do projeto Plástico Amigo.

Sobre Rica Mello

Ricardo Mello é líder da Câmara de Descartáveis, palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação. Encabeça, junto com outros membros, o projeto Plástico Amigo, que busca aumentar a conscientização sobre as propriedades benéficas do material.

Para saber mais, acesse https://www.plasticoamigo.com.br/.

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