Considerado o terceiro maior hospital público do Estado de São Paulo e inaugurado em 1997 pela Unoeste, na época como Hospital Universitário Doutor Domingos Leonardo Cerávolo – uma idealização do Professor Agripino de Oliveira Lima Filho (in memorian) –, o Hospital Regional de Presidente Prudente completa nesta quarta-feira (22) 26 anos. O HR, assim como popularmente é chamado, tem como característica forte a residência médica. Atualmente são 220 residentes médicos nas mais diversas especialidades de medicina, e mais de 20 residentes multiprofissionais, a exemplo de fisioterapeutas, farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas envolvidos em todas as ações assistenciais do hospital. E numa parceria firmada com a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), a unidade também funciona como campo de estágio para alunos de Medicina e outros cursos da área da saúde.
Referência em assistência médica eletiva e em atendimentos de urgência e emergência, o Hospital Regional atende hoje a 45 municípios do oeste paulista, com demanda indireta de pacientes que também vêm do Paraná e Mato Grosso do Sul. Desde que foi estadualizado pelo Governo de São Paulo em 13 de fevereiro de 2009, data em que foi adquirido pelo Estado, ele é mantido pela Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus. A estrutura do HR comporta 550 leitos, todos do Sistema Único de Saúde (SUS). Além destes, há mais 56 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 20 adultos, 10 coronarianas, 6 pediátricas e 20 neonatais. E para manter tudo funcionando 24 horas por dia, o hospital conta com 2.135 colaboradores.
Em maio de 2019, o HR se tornou o único hospital 100% SUS do país a possuir o Selo de Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), uma certificação dada pela Associação Paulista de Medicina que premia os hospitais que seguem o roteiro de exigências que garante aos usuários das unidade, um serviço de qualidade e excelência. É uma certificação que poucos hospitais do Brasil possui.
À frente da gestão do hospital há seis anos, o atual diretor de unidade do Hospital Regional e do Ambulatório Médico de Especialidades (AME), Frei Tarcísio Marchini, acredita que o HR segue valorizando o espírito de fundação do antigo Hospital Universitário. “Quando o Professor Agripino fundou este hospital de uma maneira profética, visando esta megaestrutura no passado, ele vislumbrava sanar as dificuldades do acesso à saúde em nossa região, que era vista por muitos como o ‘sertão’ do estado de São Paulo. Era uma população muito carente de assistência em saúde, mas com muita potencialidade. E o que o Professor Agripino sonhou, se concretizou. Chegamos aos 26 anos com o número de atendimentos elevado e servindo a todo o oeste paulista com qualidade”, lembrou, fazendo questão de enaltecer a contribuição de Agripino na obra.
A atual gestão do hospital tem preservado o legado deixado pelo Professor Agripino, e dado continuidade ao espírito franciscano desde a fundação. Prova disso é que a frase da primeira fachada do hospital foi reinserida no jubileu de prata do HR: “obra inspirada no ideal franciscano para aliviar o sofrimento do povo”.
Para o médico, diretor das Faculdades de Medicina da Unoeste e neto de Agripino, Dr. Murilo Carapeba, essa grande obra foi de uma visão à frente de seu tempo. “Sua construção e desenvolvimento foram desafiadores, mas resultaram em um complexo de atendimento médico de referência e de ensino de qualidade. É uma satisfação saber de toda a contribuição para a formação de novos médicos e também de acesso a toda a população a serviços de alta e média complexidade. Acredito que a história do Hospital Regional, desde sua origem como Hospital Universitário, é um exemplo de como o investimento na educação e na saúde pode trazer benefícios significativos para a sociedade”.
Desafio, diálogo e parceria
Frei Tarcísio diz que gerir o HR é um desafio gigantesco porque vai além da questão de organização interna, do zelo pela assistência e da administração financeira. É preciso também seguir as diretrizes da mantenedora da unidade, que é a Secretaria de Estado da Saúde com o Governo de São Paulo. “Procuro manter o diálogo e uma relação harmônica com as nossas instituições parceiras, colaboradores, médicos e prestadores de serviço, pacientes, acompanhantes e figuras políticas da nossa região, porque o Hospital Regional tem uma função social muito importante em todo o estado”.
Sobre a parceria e contribuição da Unoeste, ele ressalta que o hospital nasceu junto à universidade e tem em seu DNA a marca da Unoeste que é uma unidade de ensino. Acredita que a parceria e a colaboração entre as duas instituições potencializa a qualidade na assistência especializada porque atrai profissionais de excelência de todo o país e com atuação nas mais variadas áreas da saúde, o que é fundamental para o desenvolvimento do HR. Sobre a vivência prática dos alunos dentro do HR, diz refletir na formação acadêmica. “Eu digo que é fundamental a presença dos alunos da Unoeste na prática dentro do HR, para desenvolverem não só conhecimento e técnica, mas propiciar também o amor pela profissão e pelo ser humano que eles vão se comprometer a cuidar”.
Por fim, o frei também falou sobre o que esperar para os próximos 26 anos do hospital, “Espero que o Hospital Regional de Prudente acompanhe esta visão de progresso da própria região e de transformações nosológicas que o mundo sofre. É necessário estar sempre atento para se transformar e atender as necessidades. A saúde não é estática, ela é dinâmica. Então eu espero que o hospital permaneça dinâmico, de excelência e humano. Ou seja, mantendo-se como um santuário da vida e do amor ao próximo”, finaliza.
Referência em estágios
Dr. Murilo Carapeba reforça que como modelo de ensino-aprendizagem em saúde, a parceria Unoeste e HR é fundamental para a formação de médicos altamente capacitados e preparados para atender às necessidades da sociedade. “O ambiente proporciona aos estudantes o aprendizado diversificado e com grande demanda de pacientes. Além disso, o hospital é equipado com tecnologia de ponta, o que permite que os estudantes possam acompanhar e aprender a utilizar equipamentos modernos e avançados”.
O coordenador do internato médico da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente (Famepp), Dr. Fernando Antônio Mourão Valejo, não tem dúvidas de que o Hospital Regional é hoje o principal campo de estágio dos estudantes da Unoeste, por possibilitá-los treinamento de habilidades e competências em todas as áreas da saúde. De acordo com ele, isso garante formação de alto nível para aqueles que vão entrar no mercado de trabalho e atender a população. “Estou à frente da coordenação do internato médico desde 2019. Desde então, temos trabalhado com grande afinco para formar médicos com grande qualidade técnica alinhada à formação humanística. Para isso, os alunos são inseridos em cada setor do HR, sempre acompanhado de um profissional”.
Dr. Valejo, assim como é conhecido nos ambientes acadêmico e profissional, lembra que o internato médico é um período importante de assimilação da aprendizagem, uma vez que perfaz os dois últimos anos da formação do médico que dura seis anos. Nesse sentido, ele aproxima os estudantes da prática profissional, preparando-os para cuidar das pessoas que estarão sob sua responsabilidade. Ter então uma estrutura como a do HR à disposição desses estudantes faz toda a diferença na formação. “O Hospital Regional de Presidente Prudente é o maior hospital público da região, possui uma estrutura completa e um corpo profissional altamente qualificado. O Internato Médico da Unoeste é um dos mais completos no país, e parte disso é graças à estrutura e complexidade dos atendimentos prestados no HR”, completa ele.
A satisfação dos futuros médicos
Quando a estrutura agrada o aluno, a consequência é de uma dedicação aos estudos ainda maior. Cursando o último ano da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente, o estudante Hiran Andrioti Salomão Liboni acredita que o contato dos acadêmicos com o Hospital Regional de Prudente é uma oportunidade que poucas faculdades no país conseguem oferecer quando da fase do internato. “Ele é um dos maiores hospitais do Estado, e uma das características dele é que é de referência, terciário. Então muitos casos que raramente seriam vistos em outros locais, são vistos ali porque são referenciados para o HR. Isso gera uma diversidade de experiências muito grande para os alunos”, considera
O futuro médico ressalta ainda a importância do HR em comportar praticamente todo tipo de tratamento, especialidade ou procedimento. “Tudo o que o aluno estuda ele consegue visualizar na prática. E muitas vezes não só visualizar, mas como participar daquele tratamento, procedimento, até porque muitas ações realizadas no HR dependem dos alunos para acontecerem. Então as evoluções dos pacientes, as discussões dos melhores tratamentos, tudo isso gera uma oportunidade de aprendizado muito grande. Eu creio que essa seja a principal contribuição do Hospital Regional para a nossa formação médica”.
Hiran destaca ainda o fato de o hospital ser referência em média e alta complexidade, o que viabiliza a contratação de profissionais renomados em suas especialidades. “Profissionais que são disputados até mesmo na rede particular e que estão no HR como chefes ou coordenadores de seus respectivos setores. Consequentemente isso gera um engrandecimento muito grande já que é uma garantia de que estamos em contato com profissionais bastante capacitados, nos ensinando seus conhecimentos”.
Também no 6º ano de Medicina, a estudante Marcela de Almeida Lemos Azenha Milani diz se sentir privilegiada em ter o Hospital Regional como hospital escola na sua formação. “É um lugar incrível. No primeiro contato nos assusta pela sua grandiosidade e vários corredores, mas depois vai nos acolhendo e nos permitindo se sentir em casa”. Inclusive Marcela conta que só veio cursar Medicina em Prudente por duas razões: pela qualidade da Unoeste e por lá atrás ouvir as pessoas dizerem do HR.
“Sempre ouvi dizer que é muito bom em estrutura, atendimento, serviço e oportunidades de aprendizado para o acadêmico de Medicina. E foi justamente esse um dos motivos pelo qual escolhi Prudente. Hoje como estudante do internato vejo que fiz a escolha certa porque o Hospital Regional nos permite não só aprender medicina mas também vivenciar a humanidade no cuidado médico. Aprender e praticar sobre a importância do trabalho multidisciplinar através da atuação conjunta com outros profissionais, e estudantes de outros cursos da área da saúde”, conclui.
Profissionais da saúde
O diretor da Faculdade de Ciências da Saúde, Carlos Eduardo Assumpção de Freitas, destaca que o hospital possibilita aos estudantes um amplo aprendizado, uma vez que sendo referência para os 45 municípios da região comandado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, o cuidado de alta complexidade faz parte da rotina de formação dos cursos da saúde da Unoeste. “Faz com que o estudante possa compreender como deve ocorrer o diálogo com os demais níveis de atenção à saúde. Assim, o HR tem contribuído de forma significativa para a formação de profissionais de saúde, permitindo o desenvolvimento de habilidades tanto técnicas quanto humanas”.
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