Quando o assunto é comer fora, o prato feito da quentinha é a opção mais em conta.


De um lado, a correria do dia a dia e a necessidade de uma rotina prática. De outro, a alta no preço dos produtos e alimentos, especialmente quando consumidos fora de casa. Esse é o dilema no qual muitas pessoas podem se encontrar ao tentar decidir se vale a pena comer no self-service ou pedir marmitex.

Comer fora é uma maneira de usufruir do vale-refeição, benefício oferecido por muitas empresas para a compra de refeições prontas durante a jornada de trabalho. Essa aposta traz praticidade e, para conseguir economizar, é importante fazer uma pesquisa de preços e tipo de serviços oferecidos.

De acordo com pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), almoçar fora de casa ficou 17,4% mais caro durante a pandemia. A diretora-executiva da ABBT, Jessica Srour, em entrevista à imprensa, explica que o resultado reflete pressões sobre os preços de diferentes origens.

Dessa forma, não foi apenas o encarecimento de alimentos que impactou restaurantes e bares nos últimos meses. Os estabelecimentos foram pressionados ainda por outros custos de operação, como aluguel e tarifas mais altas de energia elétrica.

Ela afirma, no entanto, que o momento agora é de retomada do setor de alimentação fora de casa, havendo uma expectativa de recuperação das perdas causadas pela pandemia, mesmo que empresários relatem que o repasse para os preços ainda esteja complicado, por conta do orçamento enxuto dos consumidores.

Comer marmita é mais barato

De acordo com pesquisa da ABBT, uma pessoa gasta, em média, R$ 40 para almoçar fora de casa e fazer uma refeição completa, incluindo comida, bebida, sobremesa e café. O levantamento foi realizado em 51 cidades brasileiras. 

A amostra envolveu restaurantes, lanchonetes, padarias e bares de 22 estados e do Distrito Federal que aceitam benefícios para refeição recebidos por trabalhadores como formas de pagamento. 

No estudo, foram analisados quatro tipos de refeição. No modelo comercial, que conta com opções como o popular prato feito, o preço médio foi de R$ 30,59. Esse é o menor valor do levantamento. A modalidade engloba o formato marmitex, que também é uma opção para a refeição principal e diária dos brasileiros. 

Self-service e à la carte

O serviço mais caro da lista feita pela ABBT foi do tipo à la carte, com preço médio da refeição de R$ 64,83. Essa modalidade reúne pratos servidos em ambientes mais sofisticados, nos quais o consumidor escolhe a comida a ser preparada na hora.

As outras duas opções avaliadas foram o autosserviço (self-service) e a refeição executiva. Os valores médios chegaram a R$ 35,91 e R$ 50,23, respectivamente.

O self-service abarca estabelecimentos que oferecem o serviço de bufê, em que os preços podem ser fixos ou cobrados por quilo. Já a modalidade executiva engloba pratos mais econômicos em restaurantes à la carte durante a semana. 

Preços por região do Brasil

No site da ABBT, é possível encontrar um mapa com os preços dos quatro tipos de refeições servidas fora de casa, em cada região do Brasil. Eles variam também conforme as cidades brasileiras. 

Segundo o estudo, o Sudeste tem o maior preço médio para o almoço, com valor de R$ 42,83. Já o Centro-Oeste conta com o menor, R$ 34,20.

Entre as capitais, São Luís teve o maior preço verificado, com refeições em torno de R$ 51. A diretora-executiva Jessica Srour avalia que os custos mais altos com transporte de alimentos e um menor número de restaurantes são fatores que podem explicar o preço elevado na média da capital maranhense.

Pela pesquisa da ABBT, o valor para refeição completa mais em conta foi confirmado em Goiânia, R$ 27,94. Srour observa que se trata de uma das capitais mais próximas das regiões produtoras de alimentos.

Na capital paulista, por sua vez, o valor médio do almoço chegou a R$ 43,27, sendo o sexto mais caro entre as metrópoles.

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