Morar em outro país é um sonho de muitas pessoas. Para os brasileiros, os destinos europeus aparecem com frequência nas listas de desejos e Portugal ocupa as principais posições.


Sair do Brasil é um objetivo com muitas motivações. Podem ser negativas, como a falta de oportunidade de emprego no país, o cenário político e econômico, ou positivas, como a reaproximação com as raízes da família ou vontade de aprender uma nova cultura.


De forma geral, mudar de vida é algo com muitas incertezas, até mesmo para alguém que já tenha uma empresa de gerador para residência.


Deixar o passado para trás e buscar uma nova realidade, aspirando uma melhoria na condição de vida é algo em comum entre a maioria dos emigrantes.


Em muitos casos, há um senso de urgência nessa mudança, que pode ser causado pela falta de segurança e estabilidade no local de origem. Em situações assim, é comum que a emigração seja feita incorretamente e sem planejamento.


Portugal é um destino bastante atrativo para os brasileiros pela proximidade de cultura e idioma e facilidades que o governo lusitano oferecia para receber os filhos do país colonizado por eles no passado.


As relações entre Brasil e Portugal são históricas e remontam ao tempo das navegações, quando os portugueses chegaram às Américas e encontram no local a oportunidade para expandir seu território e explorar matérias-primas, como metais não ferrosos.


Pelo contato entre os povos nativos, os trazidos escravizados da África e os europeus, grande parte da população brasileira hoje tem descendência portuguesa. Alguns com parentesco próximo com portugueses nativos, o que facilita a emissão de documentos.


A dupla cidadania é uma opção para diversos brasileiros que querem se mudar para a Europa com toda a legalidade.


Os que não a têm buscam outros meios de chegar ao país e aproveitar as oportunidades promissoras que atraem os sul americanos como uma correia transportadora que leva direto para as terras lusitanas.


Entretanto, é possível que a grama do vizinho tenha parecido ser mais verde do que realmente é.

Por que os brasileiros estão voltando de Portugal?

Em 2022, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre janeiro e setembro, cerca de 514 brasileiros solicitaram auxílio para voltar para casa, e 202 conseguiram ajuda com passagens aéreas e outras despesas.


Os números se aproximam do cenário pré-pandemia, já que em 2021, apenas 190 pedidos de ajuda foram registrados e 52 brasileiros retornaram ao país natal.


O cenário atual para imigrantes em Portugal não é tão bom e vem colocando uma fita zebrada em todo o território lusitano, impedindo a permanência no país. Diversos pedidos de auxílio indicavam falta de recursos até mesmo para comprar a passagem de volta.

Desemprego e crise econômica são argumentos usados pelos brasileiros que tentam voltar. Realidade bastante diferente da buscada pelos que saíram de casa rumo à Europa.

A inflação no país europeu significou um grande aumento no custo de vida. É comum encontrar um rolo de filme stretch preço baixo e um mês depois o mesmo rolo estar mais caro, algo que inviabiliza a compra e isso se estende para todas as áreas da vida.

O mercado imobiliário foi fortemente afetado pelo aumento de 9% na inflação. Custear moradia, alimentação e outros itens de necessidade básica se tornou inviável, ainda mais considerando a dificuldade na procura por empregos.

Profissionais capacitados não estão conseguindo validar seus diplomas para exercer suas profissões em Portugal. Investir em negócios próprios, como locação de impressoras, artesanato ou outras áreas é um passo arriscado que leva tempo para dar retorno.

A experiência dos brasileiros que pedem pelo repatriamento é uma lição para os que têm vontade de sair do país, principalmente sob condições delicadas.

Se certificar de ter a documentação correta e preparar uma reserva financeira considerando câmbio e custo de vida é importante. Conservar parte da vida que levava no Brasil, como casa e contatos de trabalho, pode ser um bote salva-vidas em situações como essa. 

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, a comunidade brasileira em Portugal ainda conta com uma média de 200 mil imigrantes.


A mudança de um local para o outro em busca de uma vida nova deve levar em conta as dificuldades que todos os países enfrentam. Nem vivendo dentro de tubos de aço carbono seria possível se blindar dessas flutuações, ainda mais se estiver fora do seu país natal.


Com tudo isso em mente e as expectativas de volta ao nível da realidade, é possível, sim, se mudar para outro país e encontrar uma situação mais favorável de vida.

Como viajar sem prejudicar o seu bolso?

Apesar de ser um dos países mais baratos para se morar na Europa, sendo um destino escolhido muitas vezes por ser mais acessível, Portugal ainda tem um custo de vida mais elevado do que o Brasil.


É imprescindível se preparar para fazer essa mudança e evitar dores de cabeça já nos primeiros meses. Alguns imigrantes brasileiros precisaram voltar menos de um mês depois de chegar nas terras de Cabral.


Se a sua vontade é de conhecer Portugal e estabelecer residência no país, acompanhe essas dicas para viajar sem comprometer seu orçamento e precisar pedir auxílio do consulado.

Documentação

Para morar em Portugal é preciso ter visto ou dupla cidadania. O processo de cidadania é mais complexo e exige que se tenha parentes de até certa distância geracional para ter o direito a solicitá-la.


Para quem tem direito, uma boa notícia: a dupla cidadania portuguesa te permite morar em qualquer país da Europa.


Já o visto segue o mesmo formato de outros países. É possível morar com visto para trabalhar, estudar e até mesmo viver de investimentos e aposentadoria.


Alguns tipos de vistos que se pode tirar são:


  • Estudante;

  • Trabalho;

  • Rendas próprias (como aposentadoria);

  • Empreendedor;

  • Startup;

  • Investidores.


Esse último se aplica para quem faz tipos específicos de investimentos em Portugal. O mercado especulativo de imóveis, por exemplo, se encaixa nesse cenário.


Uma novidade em relação à documentação se trata do visto para quem quer procurar emprego no país. Foi criado em agosto de 2022 e permite que a pessoa fique por até seis meses no país para buscar trabalho.


O passaporte atualizado e dentro da validade é outro documento necessário para o processo. Se o seu interesse em Portugal for apenas turístico, o país abre as portas para os brasileiros por até 90 dias sem a necessidade de visto.

Custo de vida

Esse é um dos principais pontos de atenção na preparação para a mudança, como é possível perceber com os brasileiros que estão voltando de Portugal.


Uma vez que não tem como construir uma casa habitável em uma daquelas impressoras 3d profissionais, considerar o custo com moradia, transporte, alimentação, serviços e outros na hora de escolher onde morar.


Na lista das cidades mais caras, mas com mais oportunidades de trabalho e crescimento pessoal e profissional estão: Lisboa, Porto e Faro que lideram com uma média de 1700€ por mês para um casal sem filhos.


Lisboa e Porto também lideram a lista de qualidade de vida, para quem prefere centros urbanos, seguidas de Braga, que é menor e menos metropolitana.


Para quem viaja sozinho, Lisboa e Porto têm uma média de custo de 570€ mensais (aproximadamente R$3090,00), sem contar aluguel. Esse valor considera um estilo de vida sem muitos exageros, focado na economia.

Moradia

Os gastos com moradia variam muito dependendo da localização, exatamente como no Brasil. Entretanto, uma comparação justa deve levar em conta a expansão territorial brasileira. 


Enquanto em São Paulo podemos gastar de duas a três horas (sendo otimista) para transitar na cidade em horários mais movimentados, é possível ir de Lisboa a Porto em uma viagem de mais ou menos 3h15min de trem.


Morar fora dos grandes centros pode significar uma boa economia no aluguel. Um apartamento em Braga pode ir de 450€ a quase 900€, considerando localização e tamanho. Já em Lisboa, apartamentos nas mesmas condições vão de 680 a 1980€. 


Mas lembre-se: sem um fiador em Portugal, será necessário pagar até três meses de aluguel adiantado como caução. Programe-se para conseguir esse dinheiro antes de viajar.


A compra de imóveis segue a mesma lógica do aluguel em relação às cidades e tamanhos. Como referência, o metro quadrado fora do centro em Lisboa custa em média 2850€, enquanto em áreas melhor localizadas chega a custar cerca de 5180€.


Agora que você já tem uma ideia de quanto custa morar em Portugal e os documentos necessários, pode se programar corretamente para fazer sua mudança.


Considere que a emissão dos documentos, visto e passaporte, têm custo e precisa ser feita antes de embarcar. Inclua ao seu planejamento também o valor das passagens e fique atento às promoções e horários estratégicos para comprar com o melhor preço.


Ter uma reserva financeira é a primeira regra ensinada pelos gurus do dinheiro e se aplica nesse caso, também. Separe uma quantia que pague os meses de caução do aluguel e pelo menos seis meses de necessidades básicas considerando o custo de vida da cidade que escolher.


Com tudo pesquisado, planejado e preparado, é só embarcar e aproveitar os pasteizinhos de Belém!


Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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