A Terra já passou por cinco desses períodos durante o último bilhão de anos, o último e mais conhecido aconteceu durante a última parte do Pleistoceno, e ocorreu há mais de 20 mil anos.
Causas e efeitos do Período Glacial
Apesar de não ser clara a razão para que ocorra uma Era Glacial, os cientistas apontam algumas possibilidades. Certos fatores, quando combinados, podem ser cruciais na mudança de temperatura. Como, por exemplo, a movimentação das placas tectônicas, a composição da atmosfera e as variações de atividade do Sol e dos vulcões.
Atualmente, a teoria mais aceita é do engenheiro e geofísico sérvio Milutin Milankovitch. Ele explica que mudanças climáticas são geradas a partir de alterações da órbita terrestre em torno do Sol. Ou seja, a rota deixa de ser circular e passa a ser elíptica. Além disso, uma mudança na inclinação do eixo do planeta pode gerar variações. Dessa forma, menos luz atingiria o hemisfério norte no verão, fazendo com que a calota derreta mais lentamente.
Esse é um dos períodos paleoclimáticos mais bem estudado, pois ele oferece a oportunidade de entender como o sistema climático responde às mudanças nas concentrações de gases de efeito estufa e na criosfera.
Mas o quão frio foi o último período glacial?
Um grupo de pesquisadores liderado pela professora Jessica Tierney, da Universidade do Arizona, se propôs a responder essa questão a partir de modelos computacionais que traduziram dados provenientes de fósseis de plâncton para temperaturas equivalentes da superfície do mar. A partir das análises feitas, eles descobriram que a temperatura média da Terra no Último Período Glacial era de 7.8°C. Para efeitos de comparação, a temperatura média da Terra no último século (século 20) era de 14°C.
Talvez um dos pontos mais importantes da história da Era Glacial.
A redução do nível dos oceanos possibilitou o aparecimento de pontes terrestres entre um continente e outro e entre ilhas ao seu redor. Isso permitiu a migração de homens e dos animais e o povoamento de toda a Terra.
Animais da Era do Gelo
Nem todos animais conseguiram sobreviver ao resfriamento das temperaturas terrestres. Aqueles que resistiram são os maiores e com maior quantidade de pelos. Além disso, como esse período durou por anos, boa parte da fauna e flora não resistiu às temperaturas baixas e ausência do sol.
Sendo assim, animais que tinham grandes camadas de gordura, pelos e considerados de grande porte são aqueles com maior capacidade de adaptação. A fauna da era do gelo também era composta por aves que obtiveram sucesso em migrar para locais com temperaturas menos baixas.
O Rinoceronte Lanudo era um desses gigantes que viveu nas regiões glaciais da Era do Gelo. O mamífero possuía um avantajado casaco de pelo, atingindo cerca de 8 m de comprimento e 2 m de altura, pesando de 2 a 3 toneladas.
Presa de um Mamute de 12.000 anos, encontrado na Sibéria. |
A Preguiça Gigante habitava nas Américas do Sul e do Norte. Era do tamanho de um elefante de porte médio e comia folhas como tal, em enormes quantidades. Apesar de enormes, eram criaturas pacíficas, no entanto, podiam se defender muito bem de predadores no combate corpo a corpo, pois eram muito fortes e uma patada de uma Preguiça Gigante deveria fazer um bom estrago no adversário.
Em abril de 2019, foram encontrados fósseis de uma espécie única de preguiça-gigante, que viveu no Brasil há cerca de 20 mil anos. Nomeado de Glossotherium phoenesis, o animal teria habitado São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e Paraíba
A extinção do tigre dentes de sabre pode ter ocorrido por causa do desaparecimento dos grandes mamíferos herbívoros no final do Pleistoceno, substituídos por animais menores e mais ágeis.
O Cervo Gigante (Megaloceros) é mais um grande herbívoro habitava a terra durante a era glacial. Seu tamanho variava muito de acordo com a espécie, as maiores chegava a 2 m na cernelha e 600 kg. Seus chifres, que alcançavam até 3,5 m de ponta a ponta, pesavam cerca de 40 kg. O extinto cervo viveu em toda a Eurásia e serviam de alimento para os primeiros humanos.
Homo-Sapiens
O ancestral do ser humano, chamado de Cro-Magnon, viveu na última Era do Gelo e conviveu com animais hoje extintos, como os mamutes, os cervos gigantes e os leões-das-cavernas. É dito que algumas espécies de plantas e animais só sobreviveram graças a ação do nosso ancestral.
Ao contrário das outras espécies de animais, os humanos ancestrais não eram nem grandes nem peludos o suficiente para o isolamento natural do frio, mas eram capazes de usar sua criatividade para lidar com alguns dos climas mais severos. Eles construíam abrigos quentes de ossos de mamute e usavam peles de animais para proteção contra o frio.
A próxima Era do Gelo
A maioria de nós está familiarizada apenas com as recentes eras glaciais dos últimos 100 mil anos, mas grandes eras do gelo vêm devastando o planeta há bilhões de anos. Sempre que houve longos períodos de baixa atividade solar e quedas contínuas nos níveis globais de carbono, houve quedas inevitáveis de temperatura em todo o mundo, levando a mais uma era do gelo.
A perspectiva de quando a próxima era do gelo pode nos atingir é intrigante e arrepiante. O atual nível de aquecimento global pode ter adiado uma possível nova era do gelo, mas, segundo os cientistas, existe a possibilidade de que uma pequena era do gelo ocorra por volta de 2030.
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