É candidíase, vaginose bacteriana ou infecção urinária?

Ginecologista alerta: a automedicação para qualquer coceira, ardor ou corrimento da região íntima pode piorar o problema, já que doenças diferentes têm sintomas muito parecidos, mas exigem categorias de medicamentos totalmente distintas para tratamento eficiente

O verão chegou e, com ele, aumentam as reclamações pelas doenças ginecológicas típicas dessa época: candidíase e vaginose bacteriana. Não é que essas patologias apareçam apenas nesta época do ano, mas com o aumento do calor, a área íntima da mulher fica mais quente, abafada, e os patógenos que habitam naturalmente sua flora vaginal encontram um ambiente mais propício para se multiplicarem.

Segundo a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, se a imunidade está baixa, pode ser que o fungo Cândida albicans (bactéria causadora da candidíase) ou a bactéria Gardnerella (fungo responsável pela vaginose bacteriana) causem infecções bem incômodas neste verão. “A candidíase traz sintomas como coceira, ardência e um corrimento parecido com leite coalhado (que pode ter mais ou menos volume e cores, como branco, amarelado ou até verde, mas não tem cheiro). Já a Gardnerella que pode ser vaginalis ou mobiluncos, tem cheiro forte, corrimento branco-acinzentado, pequenas bolhas na vagina e causa dor na relação sexual”, explica a ginecologista.

Apesar de a descrição dos sintomas parecer diferente, na prática, é difícil para a paciente identificar se está com candidíase ou gardnerella. Por isso, é importante que ela procure imediatamente um ginecologista, aos primeiros sintomas.

É candidíase, vaginose bacteriana ou infecção urinária?

Além da candidíase e da vaginose bacteriana, é comum que as mulheres confundam os sintomas das doenças íntimas com os sintomas com infecção urinária. “A candidíase pode causar um desconforto vaginal e dor na hora de urinar. Mas é uma ardência quando começamos a fazer xixi – e a mulher pode achar que está com infecção urinária. Já a dor da infecção urinária é sentida quando estamos terminando de urinar – e essa confusão pode fazer com que as mulheres busquem a automedicação”, diz a médica.

Segundo ela, aí está um grande erro. “A candidíase precisa de tratamento para bactéria; a vaginose, para fungo. A infecção urinária, por sua vez, pode ser causada por alguns tipos de bactérias – e nenhum deles é o mesmo da candidíase. Então, quando a mulher se automedica, ela pode estar ingerindo o medicamento errado, que não fará efeito para a doença que tem e, além disso, deixará o organismo mais resistente”, alerta.

O que a médica aconselha é a busca pelo consultório ginecológico aos primeiros sintomas de um problema. “Todas as doenças citadas precisarão de intervenção médica e, quanto mais rápida ela acontecer, mais rápido também os sintomas desaparecerão. Não se deve esperar – lembrando que a candidíase e a vaginose bacteriana são transmissíveis. Portanto, é preciso se cuidar imediatamente!”, finaliza Dra. Mariana Rosario.

Sobre a Dra. Mariana Rosario

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.

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