A arquiteta e urbanista Rafaela Costa

Projetos que, além de decorar, ajudam a melhorar a saúde física e mental dos moradores vieram para ficar

Esqueça o conceito de que casa é aquele lugar onde a gente só “descansa o esqueleto” após um dia cheio. A pandemia ensinou muita gente a voltar a amar a própria casa. O lugar onde antes passávamos poucas horas por dia, de repente, passou a ser onde vivemos quase tudo. A arquiteta Rafaela Costa, gestora de projetos da Criare Campinas, explica que a mudança de hábitos também alterou a tendência dos projetos de arquitetura e decoração. “As casas foram transformadas em local de trabalho, estudo e lazer e os profissionais acompanharam essa demanda, projetando ambientes que ajudem a descansar o corpo e a mente. A ideia é valorizar a saúde física e mental de quem vive ali”, explica.


Madeira, tapete e formas arredondadas são marcas da Comfy Decor


Cores

Os profissionais buscam inspiração na neuroarquitetura e na biofilia, que valorizam os materiais naturais e componentes que impactam positivamente as emoções dos moradores. “A decoração de conforto, conhecida como Comfy Decor, é um conjunto de conceitos que valorizam a sensação de bem-estar dos moradores e é caracterizada pelo uso de tons neutros, quentes ou terrosos”, explica.

Linhas arredondadas

Nos móveis, as formas arredondadas estão em alta. “Elas nos remetem à uma arquitetura afetiva, convidam ao toque e promovem maior interação entre os usuários do espaço. A redução de linhas retas e quinas também traz conforto visual”, explica a arquiteta.


Linhas arredondadas, madeira e texturas garantem o conforto

Flexibilidade é tudo

Móveis retráteis e embutidos ajudam na integração e otimização dos espaços, o que é outra tendência que deve permanecer nos projetos do ano que vem. “Um sofá que vira cama, uma mesa que dobra de tamanho para receber visitas, bancadas integradas com armários, por exemplo, promovem ambientes multifuncionais. Menos objetos decorativos e mobiliários, e mais espaços livres também são estratégias para otimizar os espaços e trazer um design mais minimalista. Isso favorece a organização e sabemos que casa organizada é muito desestressante, né?”, brinca.

A escolha das plantas

Não é a planta que tem que se adaptar à sua decoração, é o contrário. Mesmo dentro de casa elas precisam receber luz natural. “Nem todas as plantas são indicadas para dentro de casa. As espécies mais indicadas para ambientes internos são a espada-de-São-Jorge, zamioculca, jiboias, orquídeas, lírio da paz, filodendro e samambaias. Mesmo essas precisam ser observadas por alguns dias. Se estiverem sofrendo, precisamos mudar de lugar até encontrar um espaço adequado a ela. Essa interação e cuidado com as plantas, por si só, já é benéfica à nossa saúde mental”, avalia Rafaela Costa.


Vai ter planta em todos os ambientes, sim!

Se é natural, é legal

O design biofílico leva não só as plantas para todos os ambientes, mas também utiliza outros elementos naturais, como fibra, cerâmicas, linho, couro e pedras. “A madeira é sempre uma boa opção e pode estar no mobiliário, nos planejados, em formato de painéis revestindo paredes e até no teto. Ela é atemporal e tem o poder de trazer aconchego e conforto aos ambientes”, explica a arquiteta.

Deixe a luz do sol entrar

Janelas e porta maiores, vãos livres, clarabóias e varandas integradas são opções que deixam a casa mais ‘aberta’ à luz que vem de fora e geram economia de energia. "Estudo científicos revelam que a luz natural melhora o humor, a imunidade e beneficia até o nosso metabolismo”, ensina.

Iluminação natural melhora humor, imunidade e afeta o metabolismo

Acessórios e iluminação que abraçam

A arquiteta recomenda o uso de acessórios como tapetes, almofadas, cortinas e mantas para completar o aconchego da decoração. “Outra opção barata é usar pendentes e luminárias para decorar. Só com a iluminação é possível criar aquele cantinho da leitura, do café, ou até para delimitar visualmente os ambientes, sem a necessidade de móveis ou paredes. Como as luzes brancas e frias despertam o cérebro, são recomendadas para ambientes de trabalho, como o escritório ou sala de estudo. Já para os espaços onde costumamos ficar mais à vontade, recomendo o uso de lâmpadas amarelas. As luzes ‘quentes’ atuam no cérebro aumentando o relaxamento e facilitando o descanso”, finaliza.

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