Política de tolerância zero estava presente há quase três anos e provocou grande impacto econômico no país; importações e exportações chinesas registraram níveis que não eram vistos desde 2020

Por Jovem Pan

Após uma onda de protestos contra a rígida política de covid zero, a China anunciou nesta quarta-feira, 7, uma flexibilização geral das regras de saúde anticovid, abandonando a estratégia restritiva. 

As novas diretrizes divulgadas nesta quarta-feira, 7, pela Comissão Nacional da Saúde (CNS) indicam que a magnitude e o alcance dos exames PCR (quase diários com a política de ‘covid zero’) serão reduzidos. Os confinamentos também serão menores e as pessoas com casos de covid que não são considerados graves ou assintomáticas poderão fazer o isolamento em casa, sem a exigência de quarentena em instalações do governo. 

Além disso, os cidadãos não precisarão mostrar mais um código de saúde na cor verde no smartphone para entrar em prédios e espaços públicos, com exceção de “casas de repouso, instituições médicas, creches e centros de ensino”. Segundo as novas regras, “os testes de PCR em larga escala serão efetuados apenas em escolas, hospitais, casas de repouso e locais de trabalho considerados de alto risco”. 

Pessoas que viajam entre províncias estão isentas de apresentar um resultado de teste realizado nas 48 horas anteriores e não serão obrigadas a fazer um exame na chegada. As autoridades chinesas também informaram que vão acelerar a vacinação entre os idosos, algo considerado durante muito tempo um dos principais obstáculos para flexibilizar a política ‘covid zero’.

A política de covid zero, presente no país há três anos, gerou um mal-estar entre a população e a política, provocando as maiores manifestações no país desde o movimento pró-democracia de 1989. 

As autoridades tentaram sufocar os protestos, mas, ao mesmo tempo, começaram a apresentar respostas às reivindicações, primeiro a nível local e agora a nível nacional. 

O descontentamento da população com a política, fez com que no final do ano passado as pessoas fossem às ruas pedir mais liberdades políticas e até a renúncia do presidente Xi Jinping. 

O anúncio desta quarta aconteceu algumas horas depois de o governo divulgar novos dados que demonstram o grande impacto econômico da política de tolerância zero contra a covid. 

As importações e exportações chinesas registraram queda em novembro e atingiram níveis que não eram observados desde o início de 2020, quando a pandemia paralisou o país. 

As importações caíram 10,6% em ritmo anual em novembro, segundo a Administração da Alfândega. As exportações caíram 8,7% no mesmo período.

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