Dados mapeados pela Vixtra indicam que a relação do Brasil com Argentina, França, Portugal e Alemanha teve um salto histórico desde a última vez que o Brasil venceu o Mundial, em 2002
O Brasil foi eliminado pela Croácia nas quartas de final. País com mais títulos no Mundial organizado pela FIFA, a Seleção Brasileira chegou em sua 22ª participação como favorita, 20 anos depois de vencer pela última vez em 2002. O favoritismo brasileiro é uma das poucas questões que não mudaram nestas duas décadas. No comércio exterior, por exemplo, as relações comerciais passaram por muitas mudanças, mas o principal destaque foi o crescimento acelerado com as principais seleções favoritas ao prêmio deste ano: Argentina, França, Portugal e Alemanha.
Dados mapeados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, mostram esse avanço. Com a Argentina, seu principal parceiro comercial na América do Sul, as relações cresceram 308% em 20 anos. Em 2002, a Argentina já era um dos maiores parceiros do Brasil, sendo que as importações e exportações para aquele país eram de US$ 395 e US$ 194 milhões mensais, respectivamente. Atualmente, o comércio internacional entre os países alcança US$ 1 bilhão em importações e US$ 1,3 bilhão em exportações, movimentando aproximadamente US$ 29 bilhões anualmente.
"As transações comerciais entre ambos os países cresceram bastante ao longo dos anos, mas os produtos comercializados não mudaram muito. Atualmente, o Brasil exporta produtos como acessórios automotivos, veículos de passageiro e minério de ferro para os argentinos e importa outros, tais quais, veículos de transporte, trigo e centeio", explica Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra.
Se a rivalidade entre os dois países ainda é forte nos campos de futebol, no comércio a realidade é outra. "Hoje a Argentina é o quarto maior parceiro comercial do Brasil, e nós somos o maior parceiro deles. Então, as economias se complementam e estão cada vez mais fortes", prossegue. .
Outra nação favorita a levantar a taça, a França mais que dobrou suas relações comerciais com o Brasil. Em 2002, as importações e exportações entre ambos os países eram de US$ 146 e US$ 126 milhões, respectivamente. Duas décadas depois, a primeira registrou US$ 413 e a segunda US$ 273 milhões. "Ainda é um valor pequeno se comparado a outros países, mas há espaço para crescimento, sobretudo com a abertura de mercado de ambos os países para outros produtos", afirma Leonardo Baltieri.
"É importante destacar que um dos setores que mais exportam no Brasil, o agronegócio, enfrenta uma forte concorrência do mercado local francês, o que ajuda a explicar o porquê de o comércio entre ambos ter crescido menos que o argentino", prossegue. Quanto aos produtos, os mais importados pelo Brasil são motores e máquinas, compostos químicos e acessórios automotivos, enquanto nós exportamos, principalmente, farelo de soja, minério de ferro e petróleo bruto para os franceses.
Uma das seleções favoritas da Copa e também dos brasileiros que viajam ao exterior, Portugal foi um dos países, dentre os favoritos, cujo comércio exterior registrou um dos maiores crescimento percentuais quanto às exportações. Essas registraram um crescimento 7 vezes maior, saltando de US$ 48 milhões em 2002 para US$ 353 milhões mensais em 2022, enquanto os produtos importados pelo Brasil saíram de US$ 14 milhões para US$ 79 milhões neste ano. No período, os produtos mais comercializados pelo Brasil foram petróleo bruto, soja e milho. Em contrapartida, os mais importados foram gorduras e óleos vegetais, aeronaves e combustíveis de petróleo
Responsável pelo maior vexame histórico da seleção brasileira em copas do mundo, a Alemanha também viu suas relações comerciais crescerem nas duas últimas décadas. As importações brasileiras saltaram de US$ 367 milhões para pouco mais de US$ 1 bilhão em 2022, enquanto as exportações aumentaram de US$ 211 para US$ 530 milhões mensais no mesmo período. "Temos vendido aos alemães, principalmente, produtos como café, farelo de soja e minério de cobre, que acabam tendo um valor agregado mais baixo", explica Baltieri.
O executivo destaca, ainda, que apesar da Argentina ser o principal parceiro comercial do Brasil dentre os favoritos, é provável que os europeus ganhem também mais destaque nos próximos anos com a aprovação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. "Tivemos avanços significativos nos últimos anos. Por isso, é possível que esse acordo seja ratificado entre as partes envolvidas no médio ou longo prazo", afirma.
"Se acontecer, sem dúvidas, será um excelente avanço comercial nas relações bilaterais entre dois dos principais blocos econômicos do planeta. A abertura de mercados proporcionará maiores investimentos em diversos setores da economia", conclui.
Sobre a Vixtra
A Vixtra é uma fintech de comércio exterior que atua como um meio de pagamento na relação entre importador e exportador, permitindo que importadores no Brasil paguem suas compras à prazo e seus fornecedores internacionais recebam à vista. Fundada em julho de 2021 por Leonardo Baltieri, Guilherme Rosenthal e Caio Gelfi, a Vixtra oferece uma forma de pagamento e financiamento em reais (R$), sem risco cambial, menos burocrática e mais segura, possibilitando importadores liberarem capital de giro, terem confiança e dados em relação a seus fornecedores, além de prover outros serviços financeiros e visibilidade dos processos de importação.
A companhia recebeu aportes Pre-seed e Seed que somam R$ 51 milhões entre equity e dívida, um dos maiores valores para uma startup em estágio inicial na América Latina.
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