Com a licença regulatória, a entidade entraria em
concessão de crédito diretamente, utilizando recursos próprios. Na área, uma
das principais iniciativas do Sebrae é o Fundo de Aval às Micro e
Pequenas Empresas (Fampe). No fundo, o Sebrae atua como avalista em
operações de crédito para pequenos negócios realizadas por mais de 20
instituições financeiras parceiras, incluindo Banco do Brasil (BB), Caixa
Econômica Federal, Desenvolve SP, Bancoob, Banco Original e BMG.
“O Sebrae tem experiência com fundo garantidor e tem
no seu conselho bancos como Caixa e BB. Não sei como vai soar isso. Pode ser
uma boa, mas para gerir uma SCD precisa ter experiência”, de acordo com uma
fonte. Ainda não está claro como será a estrutura da SCD, tampouco o poder de
fogo que terá para concessão de crédito, mas indica o apetite
do Sebrae para ampliar sua atuação entre as micro e pequenas empresas
com um produto que historicamente é uma das principais dores do segmento.
Procurado para explicar mais detalhes de sua SCD,
o Sebrae não retornou até o fechamento desta matéria. Para
ruBno Diniz, especialista em inovação financeira e sócio da consultoria
Spiralem, o crédito seria uma estratégia complementar ao que
o Sebrae já faz atualmente. “Eles podem ter uma linha de atuação que
talvez poucas fintechs topem”, analisa. “Podem se dar ao luxo de fazer algo de
fomento, mesmo. Por exemplo, viabilizando linhas e garantias por meio de
mecanismos específicos.”
Oportunidade
Mercado não falta. Das mais de 20 milhões de
companhias ativas no Brasil, quase 94% são empresas de micro e pequeno porte,
segundo dados do Mapa de Empresas, do governo federal. Responsáveis por cerca
de um terço do PIB brasileiro, os pequenos negócios geram renda de
aproximadamente R$ 420 bilhões por ano, conforme estimativa divulgada pelo
próprio Sebrae em seu “Atlas dos Pequenos Negócios”, lançado
recentemente.
No total, o Brasil tem 75 fintechs de crédito
reguladas, sendo 65 Sociedades de Crédito Direto (SCDs) e 10 (Sociedades de
Empréstimo entre Pessoas (SEPs), conforme dados do Banco Central (BC) até o fim
de agosto. Segundo pesquisa da PwC Brasil em parceria
com a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), 58% das
fintechs brasileiras têm uma base de clientes formada por pessoas jurídicas. As
PMEs são o principal foco, citadas por 38% das empresas ouvidas.
Já de acordo com outro estudo feito pela PwC Brasil, mas este em conjunto
com a Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), a maioria das
fintechs de crédito tem como público-alvo as pessoas físicas, enquanto 19%
focam nas PJs. A carteira PJ, em sua maioria, é formada por negócios de pequeno
porte (59%).
Ecossistema
Nos últimos anos, o Sebrae também vem
desenvolvendo uma série de iniciativas para apoiar startups, inclusive
fintechs. Conforme matéria publicada pelo Startups, a entidade tem planos
para impulsionar mais de 500 startups neste ano. Recentemente,
o Sebrae-SP também lançou o WFintech, um programa de aceleração
para fintechs lideradas por mulheres, fruto de parceria com a
consultoria Troposlab.
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