Falar sobre a vida profissional é bastante estimulado - existe algo atraente sobre a questão, que é geralmente abordada em reuniões de família, encontros com amigos e, às vezes, até como primeiro assunto quando as pessoas estão se conhecendo.
Falar sobre dinheiro, no entanto, é algo que não é visto com bons olhos. Na verdade, existe um grande tabu ao redor disso: “o que se ganha”, você deve ter ouvido na infância, “não deve ser divulgado”. Existe, claro, o fator privacidade; mas será que é só isso?
É sabido que o brasileiro não tem o costume de guardar dinheiro. Com a Covid, de acordo com artigo publicado na Revista Veja, houve aumento significativo de dinheiro guardado nas poupanças - mas apenas nas classes média e alta da população.
Na prática, isso significa que parcela grande da população não consegue guardar dinheiro, seja por dificuldade na hora de economizar - já que saúde financeira não é uma coisa abordada desde a infância, e deveria ser - ou por salários não tão altos.
Não ter dinheiro para pagar as contas do mês, contrair dívidas ou ser impossibilitado de realizar planos por questões financeiras gera o que chamamos de estresse financeiro.
Como o nome sugere, trata-se de uma reação fisiológica causada por problemas com dinheiro. Ela gera, além de profunda insatisfação, sentimentos de fracasso, ansiedade, alterações comportamentais, baixa motivação, alteração nas relações interpessoais - o que pode destruir casamentos e muito mais -, além de pode ser um gatilho para a depressão.
Falar sobre
dinheiro é necessário; da mesma forma, falar sobre as possíveis maneiras de
guardar dinheiro pode mudar a vida de uma pessoa.
Por onde começar a falar?
Como já comentamos, existem muitos motivos pelos quais uma pessoa não fala sobre a sua situação financeira. Além de não ser algo culturalmente estimulado e pouco presente na educação das pessoas, a dificuldade para manter o saldo positivo pode gerar sensação de impotência e vergonha.
No âmbito familiar, é importante que estejamos atentos aos sinais de que algo não vai bem: mudanças de comportamento abruptas, falas constantes sobre guardar dinheiro e não desperdiçar, explosões de raiva e similares devem ser observadas, confrontadas e, sempre que possível, levadas à atenção de um médico especialista.
Fora desse núcleo, a atenção também vale: as empresas devem promover bate-papos constantes com os seus funcionários, para que possam avaliar o andamento dos projetos, as oscilações de produtividade e o comportamento de uma pessoa para com os seus colegas.
Não é fácil, dadas as condições já citadas, introduzir o assunto. Para que não seja necessário falar sobre ele diretamente - o que pode gerar desconforto e fazer com que o colaborador crie barreiras em sua comunicação -, a empresa pode se valer de outro tipo de abordagem.
Workshops
voltados para educação financeira, consultorias oferecidas por especialistas na
área de investimentos e similares podem ser boas maneiras de aproximar o
trabalhador da questão, mantendo-o ciente sobre a importância de ter o controle
sobre as próprias despesas e sobre ter uma reserva de emergência.
Benefícios corporativos: como eles podem ajudar a diminuir o estresse financeiro?
Isto dito, há algo mais que as empresas podem fazer para aumentar o bem-estar do trabalhador, mantendo-o feliz, produtivo e com a percepção de que está investindo e guardando no futuro: planos de previdência privada corporativos.
O plano de previdência privada não é um substituto para a aposentadoria tradicional, mas sim um complemento. Por meio de aportes mensais, que podem ser divididos com a empresa - existem, na verdade, uma série de planos a serem estudados -, o trabalhador investe no seu futuro, garantindo uma segunda fonte de renda na melhor idade.
Isso é particularmente interessante porque, para muitas pessoas, destinar uma parte do salário para planos de previdência complementar é uma impossibilidade - por conta, principalmente, da dificuldade de guardar dinheiro.
Quando o dinheiro já é descontado direto da folha de pagamento, como acontece nos planos de previdência privada corporativa, o trabalhador tem a garantia de que essa parte do salário será utilizada para seu próprio conforto, e não corre o risco de ceder à tentação de gastar o que poderia ser investido.
Como se pode ver, existem diversas soluções que, quando aplicadas, podem fazer com que as pessoas se sintam mais dispostas a falar sobre a sua situação financeira, além de mais responsáveis por ela.
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