Desenhada já há algum tempo, a expansão do mercado imobiliário deve ser consolidada a partir do próximo ano.
A crise sanitária trouxe diversas incertezas para o mercado imobiliário brasileiro, que possuía uma previsão de crescimento de 20% em 2020, em relação ao ano passado. A evolução teve uma pausa, mas não foi totalmente suprimida.
De acordo com uma pesquisa feita pela Associação Brasileira
das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), realizada com diretores e
presidentes de 38 das maiores empresas do setor, entre 23 e 30 de setembro, a
previsão de venda de imóveis novos no próximo ano continua otimista.
Abaixo, confira mais informações sobre o estudo.
Dados da
pesquisa da Abrainc
A estimativa é que o aquecimento do mercado imobiliário seja mantido em 2021. O levantamento mostrou que quase todos os empresários (cerca de 97%) visam lançar projetos nos próximos 12 meses.
Cerca 92% deles irão comprar terrenos — principal matéria-prima para a produção imobiliária. “Temos tudo para que o crescimento seja sustentável”, anunciou Luiz Antonio França, presidente da Abrainc.
Dentre as razões que irão viabilizar a expansão, França menciona o número de 973 alvarás do ano passado, encerrados em setembro, para realização de obras de edifícios em São Paulo: “os dados vêm demonstrando vendas e lançamentos”, diz.
Das pessoas entrevistadas, 87% informaram que a venda aumentou entre julho e setembro. O aumento foi de 82% entre os que participam do projeto Casa Verde e Amarela. A expansão foi de 90% nas empresas com ponto em segmentos de alto e médio padrão.
Em relação às esperanças de comercialização no próximo trimestre, 68% acredita que haverá alta. Nos próximos 12 meses, 87% têm expectativa de crescimento. Para 63% dos entrevistados, os aumentos de preços deverão ser superiores a 5%.
Na avaliação de 84% dos empresários, a alta nos próximos cinco anos deve superar a casa dos 10%. “O valor dos imóveis está estável mesmo com os aumentos de preços dos insumos. Tecnicamente, este é o momento para a compra”, alega França.
Nos últimos meses, 87% dos entrevistados assinalaram uma
procura maior por imóveis. No segmento de baixa renda, 82% dos participantes
tiverem esse discernimento, enquanto no alto e médio padrão, 90% informaram
aumento.
Fatores
para a retomada
Desde 2016, quando houve uma desaceleração, o segmento imobiliário apresentou quedas nos resultados, sendo assim, marcou um período de anos em baixa. Entretanto, para o ano de 2019, as empresas do setor deram sinais de crescimento, que indicavam uma retomada em 2020.
O que essas companhias não contavam era que, nessa caminhada, também existiria o impacto da crise, que obviamente afetou o setor, porém não impediu a presença de condições favoráveis, ainda assim.
Em resumo, os componentes principais para esse cenário são: inflação baixa, juros baixos, crédito farto e demanda contida dos últimos anos. Previamente, a Selic a 2% representou uma taxa de juros bastante baixa para que a demanda abrisse o interesse em financiar imóveis.
Simultaneamente, ela proporcionou boas condições para as construtoras adquirirem crédito imobiliário para novos empreendimentos, enquanto a inflação está em baixa. Associada a esses fatores, a demanda que estava retraída nos anos anteriores voltou a procurar imóveis em inúmeros segmentos.
Os programas sociais, tanto o Minha Casa, Minha Vida, quanto o mais novo Casa Verde Amarela, que são voltados ao segmento de baixa renda, por exemplo, se responsabilizaram por 75% das vendas de imóveis.
Simultaneamente, os empreendimentos voltados para as classes A e B, reivindicando imóveis mais apropriados ao home office e afins, movimenta a outra ponta.
Assim sendo, mesmo com a crise, as famílias brasileiras de faixas de renda variadas também se beneficiaram das condições para comprar um imóvel, fazendo com que a demanda aumentasse.
Em síntese, o segmento imobiliário conseguiu reunir razões pertinentes aos resultados positivos, mostrando que, além de uma retomada, houve um crescimento considerável nessa área.
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