No mês de conscientização sobre a depressão e o suicídio, lembramos histórias de humoristas deprimidos
Sempre que adoecemos, cuidamos da enfermidade com afinco até nos restabelecermos completamente ou controlarmos o problema. É assim que acontece com a gripe, as doenças cardíacas e o câncer. No entanto, quando se trata de transtornos mentais, muita gente deixa de buscar ajuda especializada por vergonha e tabu.
No mês de setembro, o mundo todo celebra o Setembro Amarelo, período de conscientização sobre a depressão, a prevenção do suicídio e como cada pessoa com transtorno mental pode contar com a ajuda daqueles que estão próximos.
Sentir-se triste é normal, mas a tristeza deve ser
passageira. Se ela se estende e não melhora, então, é o momento de buscar apoio
profissional para entender se este pode ser um quadro de depressão ou outro
transtorno emocional.
Problema sério
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo, sendo que, a cada 40 segundos, alguém tira a própria vida em decorrência deste mal.
Conversar sobre a questão é fundamental para que a pessoa com
ideação suicida possa compreender que a morte não é a solução de seus problemas
e que há apoio para a sua condição. Não a subestime: mesmo quem parece sempre
alegre, pode estar deprimido. É o que acontece com diversos humoristas ao redor
do planeta.
Sorriso triste
Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Oxford, em 2014, com 523 comediantes da Austrália, dos Estados Unidos e do Reino Unido, apontou que estes profissionais têm personalidade pouco comum e contraditória — muitos eram introvertidos e depressivos, mas, no palco, eram extrovertidos e cheios de manias.
Os cientistas acham que a extroversão seja uma saída que eles encontraram para lidar com a depressão e demais transtornos mentais que os afligem. Poucos procuram ajuda para a condição e, apesar da tristeza profunda, são ótimos em fazer o outro rir.
Alguns exemplos bastante conhecidos são:
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Robin Willians: diagnosticado com depressão profunda e transtorno
bipolar, o humorista lutava há anos contra o vício em cocaína e o alcoolismo. De acordo
com sua viúva, havia sido diagnosticado com estágio inicial de demência. Em
2014, aos 63 anos, ele tirou a própria vida;
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Fausto Fanti: comediante do grupo Hermes e Renato, ele se suicidou
aos 35 anos, após passar por um divórcio difícil e ser diagnosticado com
depressão. Segundo familiares, o humorista nunca aceitou tomar remédio para a
condição;
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Whindersson Nunes: o youtuber
mais popular do país anunciou, em 2019, que foi diagnosticado com depressão
após sofrer ataques de pânico e ter crises de choro. Em entrevista ao site da VEJA, o humorista disse que sentiu medo
de não poder nem sequer aproveitar tudo que o dinheiro
lhe proporcionou;
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Chico Anysio: em 2012, antes de falecer, o humorista contou que
venceu a depressão graças à terapia e ao uso de medicamentos, lutando
contra o mal por 24 anos;
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Eduardo Sterblitch: o humorista assumiu, em 2015, que luta
constantemente contra a depressão e que não é 100% feliz. Chegou a afirmar que
é depressivo, melancólico, aflito e caótico, fazendo terapia para lidar com
essas questões;
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Stephen Fry: o humorista inglês também assumiu, em 2012, que sofre
de depressão e transtorno bipolar, após tentar tirar a própria vida. Desde
então, luta abertamente contra esses males, com terapia e medicação,
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Jim Carrey: outro ator famoso por fazer rir, o canadense luta
contra a depressão e os transtornos emocionais desde 2004.
Sinais de alerta
Se você conhece alguém que sofre de depressão e está pensando em tirar a própria vida, converse e estimule a pessoa a procurar ajuda. Às vezes, um bate-papo com especialistas, como a equipe do Centro de Valorização da Vida (CVV) é suficiente para fazê-la mudar de ideia.
De acordo com dados da OMS, a pessoa que está pensando em atentar contra a própria vida dá alguns sinais prévios, que demandam atenção, como:
- agressividade;
- perda de interesse por temas dos quais gosta;
- isolamento;
- alteração do sono para mais ou menos;
- mudança do apetite para mais ou menos;
- descaso com a aparência,
- uso de frases como “não aguento mais”, “vai ser melhor sem mim”, “queria que tudo acabasse logo” e assim por diante.
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