Popularizado na década
de 60, o estilo ganha cada vez mais adeptos, e há quem defenda até a abolição
total do gênero nas roupas
Independente do gênero, todo mundo gosta de desfilar por aí
de jeans e camisetas no dia a dia. São peças confortáveis e que, se
combinadas do jeito certo, podem resultar em produções muito estilosas, tanto
para os homens, quanto para as mulheres.
Hoje, existem lojas inteiras, em todo o mundo, dedicadas às
roupas sem gênero, em inglês, conhecidas como gender-neutral, ou gênero neutro. De tão comum, o estilo nem é mais
um tabu na maioria dos lugares, mas não foi sempre assim. Aliás, você sabe
quando e como surgiu a moda unissex?
Neste artigo, você vai conhecer essa história e ficar por
dentro do caminho que esse estilo percorreu até se tornar tão popular. Além do
passado e do presente, vamos falar sobre as apostas para o futuro da tendência
unissex. Há quem diga que ela se tornará universal. Será?
Década de 1960 foi marco definitivo
As roupas que podem ser usadas tanto por homens, quanto para
mulheres, popularizaram-se de vez na década de 1960, quando o movimento hippie
ajudou a dar espaço a essas peças sem a definição obrigatória de gênero.
A palavra unissex foi usada pela primeira vez pela revista
americana Life, em 1968. Contudo,
antes disso, em 1966, o estilista Yves Saint Laurent lançou o smoking feminino
nas passarelas, que marcou a época e até hoje faz sucesso nos tapetes
vermelhos.
As bandas de rock também acabaram, mesmo que não
intencionalmente, tendo tudo a ver com isso. As camisetas com as caras de
ídolos e discos, além das populares jaquetas jeans e de couro, contribuíram
para que essas peças deixassem, definitivamente, de serem consideradas apenas
masculinas.
No entanto, algumas fotos históricas provam que as roupas
unissex surgiram mesmo muito antes da palavra ser inventada. Há registros de
que a tendência tenha começado ainda no final do século XIX, quando aconteceu a
reforma do vestuário vitoriano.
Depois disso, o unissex começou a se popularizar em todo o
mundo e em todos os períodos históricos que se seguiram.
Movimentos femininos têm inspirado mudanças
Na década de 1970, a movimento de libertação das mulheres
acabou fortalecendo o estilo. As feministas da época passaram a usar cada vez
mais calças, camisas e camisetas, que são muito mais confortáveis que as
tradicionais roupas femininas, como saias e vestidos.
Hoje, as mulheres continuam usando peças como essas, mas os
movimentos feministas atuais fazem questão de ressaltar que elas podem usar o
que quiserem.
A crítica está no fato de que a moda unissex ajuda a
confirmar que a mulher tem um papel bajulador aos homens, pois, as peças
tradicionais, muitas vezes, parecem simplesmente com peças masculinas,
adaptadas para elas.
No entanto, se depender dos fashionistas e da moda das
passarelas, estamos caminhando para que o unissex finalmente vá além do
conceito de mulheres de calças. Cada vez mais, estamos vendo babados, saias, vestidos
e estampas, até então, tidas como femininas, em peças unissex.
A ideia é justamente minimizar as diferenças entre os
gêneros. Nas passarelas, muitos estilistas que defendem essa causa estão
colando modelos masculinos e femininos para desfilarem com peças muito
parecidas, justamente para desmistificar essa questão.
A aposta é que, num futuro não tão distante, todas as peças
possam ser consideradas unissex, em looks que vão do básico ao espalhafatoso. A
intenção é que essa escolha não passe mais pelo gênero, mas, sim, pelo gosto
pessoal de cada um. O mundo muda, e a moda também — ainda bem!