Uso do acessório é obrigatório na maioria dos estados e, quando usado corretamente, torna-se um EPI fundamental na prevenção a COVID-19
A pandemia causada pelo novo coronavírus mudou a dinâmica de todo o mundo. Na tentativa de conter a contaminação, diversos estados brasileiros já tornaram o uso de máscara obrigatório que, quando feito com o tecido correto, torna-se um equipamento de proteção individual (EPI) importante e eficiente.
A corrida pelas máscaras no país chegou a causar o desabastecimento para os profissionais essenciais que realmente precisam do acessório para o trabalho, como médicos e enfermeiros. Por isso, os órgãos oficiais flexibilizaram o tipo de máscara que pode ser usada com segurança. Surgiram receitas caseiras nas redes sociais e muitas costureiras aproveitaram o momento para incrementar a renda.
Diante deste cenário e da recomendação de uso pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os professores Maurício Foschini e Adamo Ferreira Gomes do Monte, docentes do Instituto de Física da Universidade Federal de Uberlândia (Infis/UFU), em Minas Gerais, decidiram testar a eficiência das diferentes máscaras encontradas pelo país.
O estudo
Os professores avaliaram 15 materiais comumente usados para a confecção dos EPIs pelo método de imagem e espectroscopia óptica — técnica que avalia a interação entre luz e matéria.
Nessa pesquisa, os docentes descobriram que as máscaras que oferecem o nível de proteção alto são as N95 e a cirúrgica, usadas pelos profissionais de saúde em clínicas e hospitais.
Portanto, elas são as mais eficientes em barrar a COVID-19. Além delas, as feitas de filtro de papel e de malha 100% algodão com três camadas também oferecem o mesmo índice de qualidade.
Com nível alto de proteção, mas inferior às anteriores, temos as de duas camadas de tecido, seja 100% algodão ou tricoline 97% algodão, além das máscaras feitas com três camadas de pano multiuso.
A proteção moderada foi identificada nas máscaras com uma camada de tecido 100% algodão e tricoline 97% algodão, além daquelas feitas com três camadas de TNT gramatura 40 e duas camadas de pano multiuso.
Foram desaconselhadas as máscaras que têm baixo nível de proteção, como as de uma camada de pano multiuso, duas camadas de TNT gramatura 40 e as máscaras de confeiteiro. Por fim, o pior desempenho foi do EPI feito com apenas uma camada de TNT gramatura 40.
O material
Na Universidade de São Paulo (USP), há outras pesquisas sendo realizadas para identificar materiais que possam ser usados na confecção de EPIs contra a contaminação por COVID-19. É importante encontrar o material mais adequado porque o novo coronavírus tem cerca de 120 nanômetros de tamanho.
Só para se ter uma ideia, um nanômetro é um bilhão de vezes menor do que um metro. Dessa forma, usar um tecido com trama muito aberta para confeccionar o EPI seria inficaz porque ele conseguiria passar pelo tecido até chegar ao corpo.
A máscara não é a única responsável pela prevenção. Ela deve ser usada junto a outras medidas protetivas, como luvas, correta e frequente lavagem das mãos com água e sabão ou álcool gel, distanciamento social, entre outras.
O que ocorre é que, se for preciso sair de casa, a máscara protege das partículas suspensas no ar que podem conter o vírus. Por reter as gotículas de saliva que saem quando conversamos, espirramos, tossimos, ela também previne da contaminação caso seja preciso interagir com outras pessoas.
A higienização
Para que seja eficiente, a máscara deve ser usada corretamente: cobrindo totalmente boca e nariz e sendo removida pelas abas laterais quando necessário. O processo de higienização do EPI de tecido também faz a diferença.
Os órgãos de saúde recomendam a fervura ou a lavagem com água sanitária após o uso. Depois de seca, é preciso passar o ferro quente para garantir que esteja esterilizada e pronta para novo uso.
Pesquisadores divulgam a eficiência de cada tipo de máscara e seus tecidos
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