A disseminação da COVID-19 pelo mundo, desde dezembro de 2019, vem afetando mais de 186 países não do ponto de vista econômico, mas também cultural. Algumas produtoras musicais e casas de shows já cancelaram todos os seus eventos até o mês de junho, mesmo com boa parte já paga. 

Vários integrantes do setor apontam que a expansão da doença ao redor do mundo e o isolamento social estão produzindo a maior crise da indústria de apresentações ao vivo. Até o início de março, a pandemia do coronavírus já havia interrompido mais de 20 mil shows na Ásia. O cancelamento de turnês de astros como BTS, Green Day e a cantora Avril Lavigne provocou uma perda de cerca de U$ 286 milhões.

Adiamento de festivais

Inúmeros festivais de música foram adiados em diferentes regiões do planeta. Um deles foi o Coachella Valley Music and Arts Festival, que ocorre anualmente no mês de abril na Califórnia (EUA). Em função da COVID-19, o evento foi adiado para os dias de 9 a 11 e de 16 a 18 de outubro.

Em nota oficial, os organizadores do Coachella afirmaram que se trata de um tempo de “incerteza global” e que o festival foi adiado para respeitar a segurança dos convidados e produtores, respeitando as recomendações das autoridades da Saúde.

Outro festival internacionalmente conhecido que foi adiado por causa da pandemia é o Lollapalooza Brasil. Marcado para acontecer na primeira semana de abril no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, o evento foi adiado para os dias 4, 5 e 6 de dezembro. Entre as atrações confirmadas para o Lolapalloza Brasil estão bandas como Guns n’ Roses e The Strokes, além de cantores como o rapper Travis Scott. 

Algumas atrações que estavam confirmadas para o festival em abril, como as cantoras Lana Del Rey e Gwen Stefani, ainda não afirmaram se continuarão entre a agenda para dezembro. No Chile e na Argentina, o Lollapalooza foi postergado para a última semana de novembro.

Outro festival suspenso e ainda sem data para ocorrer é o South by Soythwet (SXSW), que ocorreria entre 12 e 22 de março em Austin, nos EUA. Em comunicado oficial, os organizadores do evento, que tinha oito bandas e artistas brasileiros em sua programação, afirmaram estar estudando possibilidades de reagendá-lo.

Cancelamento de turnês

Outro impacto causado pela quarentena promovida pelo coronavírus na indústria musical foi o cancelamento de turnês internacionais, como é o caso da do DJ Alok. Os shows do artista que ocorreriam nos EUA, na última semana de março, e na China, no início de abril, foram cancelados.

Além da cantora e atriz Cher, que cancelou os shows de sua turnê Here We Go Again que ocorreriam nos EUA, o cantor Bob Dylan também suspendeu os 15 shows que realizaria em Tóquio e Osaka, no Japão, em abril.

A banda Green Day, que teve seu auge no início dos Anos 2000, suspendeu a turnê que faria na Ásia, a partir do dia 8 de março, mas anunciou, por meio do Instagram da banda, que as datas reagendadas dos shows serão divulgadas “muito em breve”.

A banda britânica McFly se apresentaria em 29 de março em Porto Alegre, no Pepsi on Stage, mas, para respeitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), adiou o show para 27 de setembro, no mesmo local. O restante da turnê no Brasil, que inclui cidades como Uberlândia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, também foi remarcado para setembro e outubro.

Algumas grandes empresas produtoras de espetáculos também anunciaram a suspensão temporária de turnês de artistas. Uma delas é a Live Nation, responsável pela vinda do grupo Metallica para o Brasil em abril. 

Além desse grupo, a empresa também é responsável por trazer a banda Backstreet Boys, o cantor Ben Harper e a cantora Billie Eilish — que estavam com shows agendados para ocorrer nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, em maio.
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