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Rede de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros busca debater o preconceito na área acadêmica e dar visibilidade às pesquisas que partem da perspectiva do gênero. 

Há quem use a internet para aumentar o capital intelectual, isto é, para buscar mais conhecimento. Plataformas como o YouTube, por exemplo, podem ajudar nesse processo, já que disponibilizam conteúdos dos mais variados, como grandes reportagens e filmes dos mais diferentes temas, inclusive os históricos e de personalidades importantes da humanidade.

E para quem se interessa em conhecer mais e melhor a produção acadêmica de mulheres brasileiras, especialmente na área de humanidades, é importante lembrar que há canais virtuais que têm reunido essas pesquisadoras para, justamente, ajudar na divulgação de seus trabalhos.

Uma dessas iniciativas é a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas que tem o objetivo principal de reunir pessoas com interesse pela filosofia e, especialmente, pelos conteúdos produzidos por cientistas brasileiras. 

Como e quando surgiu a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas  
Segundo o site da Associação Nacional de Pós-Graduação em filosofia (ANPOF), a mobilização de pesquisadoras e pesquisadores de filosofia, que originou a Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, surgiu em 2016 e foi chamada de Primavera das Filósofas, em analogia à Primavera Árabe — importante movimento social que aconteceu em países do Oriente Médio e no norte da África em 2010. 

No ano de 2016, houve intensos debates entre as e os pesquisadores de filosofia depois da publicação de uma pesquisa de Carolina Araújo, realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que indicava a presença minguada das mulheres na área. À época, Araújo também indicava que, entre os escalões mais altos da carreira, as mulheres também eram minoria. 

Depois do burburinho daquela pesquisa, diversas acadêmicas, pesquisadoras e filósofas começaram a se mobilizar para tentar mudar o quadro apontado por Carolina Araújo. 

O que é a Rede de Mulheres Filósofas

A Rede Brasileira de Mulheres Filósofas nada mais é do que o lugar em que as e os pesquisadores da área se reúnem para continuar a dar visibilidade ao tema inicialmente levantado por Araújo. 

Ou seja, a Rede Brasileira é o espaço institucionalizado em que interessados em debater filosofia, gênero e feminismo têm para se encontrar e desenvolver projetos. Eles se autodefinem como “um coletivo de profissionais brasileiros engajados em projetos sobre filosofia e mulheres”.

Para alcançar tal objetivo, as e os filósofos contam com um site que ajuda no intercâmbio de ideias e projetos. O espaço virtual das Mulheres Filósofas começou a operar no fim de 2019, e nele é possível encontrar as regras da comunidade e as maneiras para se integrar ao grupo.

Como fazer parte

Para se integrar ao grupo, os interessados devem ter o nível de doutor ou ter mais de 10 anos de trabalho com filosofia. Além disso, os pesquisadores devem ser associados a universidades brasileiras, e os projetos de pesquisa devem constar na plataforma Lattes — ou similares. Com isso, valoriza-se a produção nacional de conhecimento.

Os responsáveis reforçam que não aceitam, como projetos integrantes, as dissertações de mestrado e as teses de doutorado. Apesar disso, os pesquisadores com esses níveis de graduação podem se integrar ao grupo de pesquisadores entrando em contato com os coordenadores dos projetos. 

Nesse caso, é mais provável que os pesquisadores passem a integrar os grupos de pesquisa dos coordenadores, nas universidades brasileiras.

Também é possível acompanhar o grupo e os resultados de suas pesquisas, mesmo sem ser um profissional que atua na área. Para isso, basta se cadastrar no site ou seguir a rede e seus pesquisadores nas redes sociais. 

Objetivo do grupo é dar visibilidade e afastar preconceitos

Segundo o site da Rede Brasileira de Mulheres Filósofas, os principais objetivos das e dos pesquisadores é continuar a jogar luz sobre o tema da baixa presença feminina em áreas como a filosofia. 

Mas, além disso, o grupo quer combater o preconceito acadêmico, debater o feminismo e as questões de gênero e, principalmente, fazer filosofia. 

Tendência é de empoderamento feminino na ciência

Debates sobre machismo e a importância do empoderamento feminino têm ganhado relevância em diversos setores da sociedade. O mercado de trabalho, a imprensa brasileira e mundial, e empresas de entretenimento, por exemplo, têm incluído essas pautas em suas ações cotidianas.

Nesse sentido, o debate sobre a presença e a visibilidade das mulheres na pesquisa e na ciência acompanha uma tendência sócio-cultural. 
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