É fato conhecido que todo investimento tem seus riscos; aplicações extremamente seguras, como o Tesouro Direto, mesmo assim, possuem certo risco. Isso porque, diferente do que possa parecer, existem variadas possíveis “ameaças” à rentabilidade das aplicações — e quanto maiores esses perigos, maiores também as taxas de retorno.
Não é difícil perceber que existe uma relação bastante lógica entre o risco e o rendimento: à medida que um aumenta, o outro também cresce. Então parece, à primeira vista, que sempre vale a pena aplicar em ativos mais arriscados, não é? Nem sempre. É preciso analisar, entre as opções disponíveis, aquela que combina mais com o perfil de investidor e os objetivos de vida.
Outro ponto que deve ser avaliado é qual o risco característico do investimento em questão. Para isso, é preciso, primeiramente, compreender qual o real significado de risco nas aplicações e quais os cuidados que devem ser tomados, tanto para evitar prejuízos quanto para traçar uma estratégia visando bons retornos por meio da volatilidade natural de algumas classe de ativos.
O que, então, é risco de investimento?
De maneira generalizada, o risco em investimento é a probabilidade de que o rendimento real esteja aquém do esperado. Na prática, significa que algum evento futuro tenha influência negativa na performance de uma aplicação — existem algumas que sofrem mais com acontecimento externos, são mais variáveis, e outras que possuem características que as protegem, como seguro.
Tais acontecimentos podem ou não estar relacionados com a própria organização que emite um investimento; afinal, há também a possibilidade de influírem decisões políticas, estratégias da própria instituição e até performance de outros ativos. Algumas ações, por exemplo, estão atreladas entre si, ou seja, a queda de uma ocasiona uma variação no rendimento de outra.
É bastante comum, inclusive, relacionar o risco de um investimento apenas com o mercado de ações. Mas toda e qualquer aplicação possui certo risco ligado a ela, que vai depender justamente da origem do fator que influencia a variação dos preços — pode ser o próprio mercado, a reputação da instituição, ou mesmo a política internacional.
Quais são os principais tipos de riscos de investimentos?
Conhecer os tipos de risco é essencial para poder trabalhar melhor diante de quaisquer surpresas e acontecimentos durante a aplicação. Assim, é possível não apenas contornar esses eventos a fim de evitar prejuízos, mas, também, aproveitar-se deles para aumentar a rentabilidade do ativo. Há duas classe essenciais de risco: sistêmicos e não-sistêmicos.
O primeiro caso, é preciso compreender que depende de todo um sistema, ou seja, acontece por causa de um colapso generalizado, como a decadência de um setor. É bastante abrangente e atinge até quem não possui aplicações, ou quem não está envolvido diretamente com a origem desse colapso.
Um exemplo excelente é a crise mundial de 2008, causada, inicialmente, pela falência do Lehman Brothers, um dos maiores bancos dos Estados Unidos na época. Os desdobramentos desse evento podem ser percebidos até hoje, pois a instabilidade das bolsas de valores pelo mundo trouxe um clima de insegurança não só para investidores — ligados ou não ao banco —, mas também a governos de diversos países.
O segundo caso, trata-se de um risco com consequências mais localizadas, isto é, interfere apenas pessoas ligadas diretamente à origem do evento, sem gerar efeitos de propagação. Dentro do risco sistêmico, existem ainda outras categorias, classificadas de acordo com a origem do acontecimento.
Risco de mercado
Um dos mais conhecidos pelos investidores, o risco de mercado se origina pela variação do preço da aplicação financeira. Ocorre, basicamente, pela lei da Oferta e da Demanda, isto é, o preço do investimento tende a subir ou descer, dependendo da procura por determinado ativo no mercado. O risco, então, está na desvalorização de um investimento e, por consequência, no prejuízo para o investidor,
Risco de liquidez
Liquidez é a velocidade com que um ativo se transforma em dinheiro em conta, seja pelo resgate ou pelo mercado secundário; isto é, um investimento é líquido quando pode ser facilmente resgatado e menos líquido quando existe um período de carência. O risco, então, está na impossibilidade de venda no mercado secundário e, por consequência, no prejuízo para o investidor.
Risco de crédito
Outro risco bastante temido pelos investidores é o risco de a instituição não cumprir com seus deveres financeiros devido à calote ou à falência. Isso porque as aplicações podem ser vistas como um empréstimo: o investidor adquire um título e, ao fim do prazo, recebe este valor acrescido de juros. O risco, então, está em não receber o valor investido, parcial ou totalmente, trazendo prejuízo.
Risco operacional
Menos comum, mas ainda assim possível, o risco operacional envolve a falência de uma instituição por causa de falhas na operação, de origem interna ou externa - pode ocorrer na gestão, em recursos materiais ou humanos. O risco, então, está tanto na queda dos preços de ativos ligados à instituição ou no calote, em caso de falência.
Risco legal
Ainda que existam órgãos que ajudam a regulamentar o mercado financeiro, é possível existir falhas nas cláusulas de determinada aplicação, desfavorecendo o investidor; afinal, ele tem direitos que as instituições devem cumprir. O risco, então, está em um mercado não regulamentado, que pode trazer prejuízo ao investidor em contratos confusos e com brechas.
Para contornar esses riscos, existe a possibilidade de estar avesso a eles, como fazem os perfis mais conservadores. Assim, é possível investir em ativos menos arriscados, como na renda fixa, mas com a ciência de menor rentabilidade também.
Outra possibilidade é, na verdade, explorar o risco a seu favor, mas é preciso identificá-los, analisá-los e dar prioridade para aqueles que afetem menos a rentabilidade. Uma boa dica é sempre diversificar a carteira de ativos, unindo aplicações mais arriscadas com outras mais seguras, para trazer equilíbrio e, claro, melhores resultados.
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