Muito se fala sobre a lei do retorno e suas manifestações, que nos sãos percebidas em todas as fases de nossa vida. Em cada cultura do mundo, seu fenômeno é sempre mencionado, seja de uma forma mais generalista (‘’colhemos o que plantamos”) ou mais detalhista, através de diversos estudos, que vão desde a ciência à religião.

Na prática, podemos reconhecê-la em diferentes situações. Mas, ao mesmo tempo, dificilmente conseguimos identificar o seu escopo; a sua essência, a explicação matriz de sua natureza.

A lei do retorno está nas relações humanas; na biologia de nossa criação; no universo atômico e astronômico; está intimamente relacionada com os estudos de causa e efeito e ação e reação, de forma sincronizada.

Muitas vezes, por exemplo, aquilo que interpretamos como uma ação pode ser a reação de um evento anterior. Ao contrário, em outras ocasiões, o que identificamos como uma reação pode ser, para outro observador, uma ação, que irá evocar outra reação distinta.

Em cada camada do universo podemos reconhecer a lei do retorno, em diferentes dimensões e proporções, como uma verdadeira lei científica, que pode ser medida e mensurada.

Na neurociência, por exemplo, há os estudos sobre o neurônio-espelho. O ser humano interage, inconscientemente, através de neurônios-espelho, que, por natureza, fazem com que a gente repita tudo o que vemos, escutamos, tocamos e sentimos. Uma criança, por exemplo, aprende através de neurônios-espelho, imitando os movimentos de seus pais. Em uma maior escala, nos tornamos exemplos de boas ou de más práticas para o mundo, assim como o mundo nos reflete este mesmo espelho.

Na psicologia, podemos mensurar a lei do retorno através de diversos outros aprendizados, tal como o do Rapport, que é a identificação/relacionamento entre duas ou mais pessoas. Este entrosamento acontece por meio de neurônios-espelho. Se sorrimos para uma pessoa, por exemplo, ainda que esteja mal-humorada, podemos fazê-la sorrir também.

Ainda na psicologia, há, também, o pensamento associativo. Um pensamento ou um fato/ocasião podem evocar outro tipo de pensamento ou lembrança. Portanto, um fato passado sempre pode nos retornar, por estar associado a um fato ou a um pensamento presente.

Muitas vezes, em outras situações, julgamos o outro por ter sido intolerante, mas não percebemos que a intolerância foi uma reação que nos retornou, sobre uma ação que, na verdade, inicialmente, foi nossa ou de outra pessoa. Há uma neurotransmissão entre nós, muito veloz, que não nos permite perceber tudo, conscientemente.

Na fisiologia, este efeito se reproduz através desta mesma troca de hormônios neurotransmissores. Se emanarmos atenção e amor, receberemos estes sentimentos em forma de serotonina; se emanarmos ódio, receberemos o ódio e perderemos serotonina.

Na física, a lei do retorno pode ser diretamente associada às leis de Newton, bem como à sua terceira lei, sobre os fenômenos da ação e reação. Este mesmo conceito aplica-se à gravidade. A física quântica, por exemplo, analisa os spins do elétron, que apresentam um movimento giratório, com um spin para direita e outro para esquerda. Este padrão eletromagnético tende a se propagar, porque, em toda matéria que existe, há elétrons em seu núcleo atômico. Portanto, tudo o que vai, volta, desde o campo microscópico até o macroscópico.

Nas relações humanas, vivenciamos todos estes fenômenos naturais, em um contexto psicológico e social.  Nas religiões, de um modo geral, por exemplo, a lei do retorno é denominada pelas expressões de Carma e Darma (ou karma e dharma). Nos negócios, um empreendedor/vendedor gera resultados proporcionais aos seus esforços.

Tudo no universo funciona com esta mecânica, em todas as esferas de nossa vida. Recebemos na medida em que nos doamos. Em uma linha do tempo, o futuro é sempre uma lei do retorno em relação ao presente, e o presente é uma lei do retorno em relação ao passado.

Em nosso corpo, nossos sistemas psicológico, neurológico, endócrino e fisiológico estão emaranhados em um mesmo sistema. Tudo que pensamos produz resultados físicos, e tudo que fazemos produz resultados psicológicos. A realidade nos retorna tudo, em pequenas e grandes escalas; em curtos e longos prazos; de forma consciente e inconsciente; mensuráveis e imensuráveis; e em esferas que são quânticas e, ao mesmo tempo, astronômicas.

Em cada fenômeno natural há uma própria reação padrão.  Esta reação se torna a sua própria lei do retorno. Daí vem a complexidade de se falar sobre qualquer determinismo, destino ou sobre lei do retorno. Pois, se tudo está determinado por padrões de movimentos do universo, este mesmo padrão pode ser afetado por novos eventos que venham a acontecer ou sejam descobertos em nossa realidade.

Este conceito se aplica aos dogmas religiosos; às teorias da relatividade, de Albert Einstein; aos estudos sobre sincronicidade, de Carl Gustav Jung; à origem das espécies, de Charles Darwin, dentre muitos outros.  A lei do retorno está presente em todo o universo: no ser humano e em toda matéria; desde o micro ao macrocosmo; na biologia e na sociologia; na ciência e nas religiões.

É preciso refletirmos diariamente sobre nossos pensamentos, ações e reações. Tudo o que existe, coexiste em um campo eletromagnético, que nos retorna toda energia, na mesma proporção em que a emitimos. Tudo que a gente pensa, sente, escreve, fala e faz está dentro deste campo, sincronizado, harmonicamente, em um oceano de informação, de matéria, e, sobretudo, de vida.

Fonte: Psicologia PT

1 Comentários

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  1. Entendo que tudo que você colhe você planta. Se alguma pessoa te fez mal agora lá na frente vai pagar.

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